Diferença glicêmica da Diabetes mellitus prévia e gestacional 

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Pessoa grávida monitorando os níveis de glicose no sangue com dispositivo lancetador, destacando a importância do controle do diabetes mellitus e do acompanhamento do diabetes na gestação. Sobre a mesa, podem ser vistos um medidor de glicose e tiras de teste, instrumentos essenciais para o controle do diabetes.
Pessoa grávida realizando o monitoramento de glicose no sangue, destacando a importância do controle de saúde durante a gestação. | Reprodução: Canva
Pessoa grávida monitorando os níveis de glicose no sangue com dispositivo lancetador, destacando a importância do controle do diabetes mellitus e do acompanhamento do diabetes na gestação. Sobre a mesa, podem ser vistos um medidor de glicose e tiras de teste, instrumentos essenciais para o controle do diabetes.
Pessoa grávida realizando o monitoramento de glicose no sangue. | Reprodução: Canva

Independentemente do tipo de Diabetes mellitus, é primordial identificá-la cedo para evitar consequências fetais.

Conceito

O diabetes mellitus gestacional é definido como intolerância a carboidratos de gravidade variável.dois tipos de hiperglicemia na gestação: Diabetes Mellitus diagnosticado na gestação (DM prévio) e Diabetes Mellitus Gestacional (DMG). A característica básica que diferencia esses dois tipos é o nível de hiperglicemia de cada um. Além disso, a DMG pode ou não persistir após o parto. 

Fatores de Risco 

Mesmo que todas as gestantes devam ser rastreadas para a DMG (exceto as que já possuem diagnóstico), existem alguns grupos que merecem atenção redobrada, como aqueles que possuem: 

  • Obesidade e sobrepeso; 
  • Dislipidemia; 
  • Tabagismo;
  • Antecedente familiar e/ou pessoal; 
  • Sedentarismo e/ou ganho excessivo de peso; 
  • SOP;
  • Gemelaridade; 
  • Uso de corticoide; 
  • Macrossomia prévia. 

Um caso especial que deve ser considerado é a POT bariátrica, que possui maior risco mediante alta exposição à glicose!  

O rastreio universal deve ser feito com a glicemia em jejum e conseguimos diagnosticar quando: 

  • ≥ 92 Diabetes mellitus gestacional.
  • ≥ 126 Diabetes mellitus pré gestacional.

Se o valor do exame for < 92, mas muito próximo devemos realizar segundo rastreio com 24-28 semanas, utilizando TTOG (Teste de Tolerância Oral à Glicose) com 75g de carboidrato. Se os resultados girarem for ≥ 92 ou 1h ≥ 180 ou 2h ≥153, o diagnóstico é de Diabetes mellitus gestacional. Se em Jejum for <92 ou 1h <180 e 2h < 153, os resultados são normais e não devemos realizar mais nenhum rastreio. Por fim, se em jejum for ≥ 126 ou 2h ≥ 200, fechamos o diagnóstico de Diabetes mellitus Pré-gestacional.

Complicações

Assim como os tipos de Diabetes têm diferente níveis de hiperglicemia, elas podem apresentar diferentes sinais e sintomas 

  1. DMG 

Esse tipo está associado a maiores taxas de cesariana, pré-eclâmpsia, candidíase, ruptura prematura de membranas ovulares, desconforto respiratório do recém-nascido, policitemia, hiperbilirrubinemia neonatal e óbito fetal.

  1. DM Pré-gestacional 

Esse outro tipo pode ser identificado aborto espontâneo, maior risco de pré-eclâmpsia e cetoacidose. 

Imagem ilustrativa de parto de gestante com DM. Fonte: https://pin.it/PEYVnRgA4 

Em ambos podemos notar malformações fetais e complicações tardias, como obesidade e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) se não forem devidamente tratados.

Tratamento

O tratamento do DMG visa controlar os níveis de glicose no sangue da gestante e, assim, reduzir os riscos associados à condição tanto para ela quanto para o bebê. A abordagem terapêutica pode variar de acordo com a gravidade do DMG e a resposta individual da paciente ao tratamento.

Tratamento inicial

Uma vez confirmado o diagnóstico, a terapia inicial é não medicamentosa para todas as gestantes com DMG.

O tratamento não medicamentoso consiste em adoção de terapia nutricional, prática regular de atividade física, monitoramento de glicemia capilar e avaliação da movimentação fetal diariamente. A avaliação deve seguir os valores: 

  • < 95 mg/dL em jejum;
  • < 140 mg/dL 1h após alimentação;
  • < 120 mg/dL 2h após alimentação.

Esses alvos são mais rigorosos do que os estabelecidos para o diabetes tipo 1 ou tipo 2, devido à importância de garantir uma glicemia estável e controlada durante a gestação.

Gestante em atividade física. Fonte: https://pin.it/7uuiTVWvk 

Tratamento medicamentoso

Em situações em que a terapia inicial não foi suficiente para atingir os alvos terapêuticos (ou seja, ≥ 30% das glicemias fora do alvo) está indicado o uso de droga hipoglicemiantes, sendo a insulina como primeira escolha (0,5 UI/Kg/dia).Em situações de hiperglicemia severa, a metformina pode ser indicada, visando aumento do controle glicêmico.

Como é cobrado na prova?

UNICAMP  (2023)

 Mulher, 30a, G1POAO, idade gestacional de 26 semanas, é encaminhada com a seguinte curva glicêmica gestacional (CGG): Jejum=89mg/dL; 1 h=182mg/dL; 2h=154mg/dL. Antecedentes de obesidade grau II, pai e avô diabéticos. O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO SÃO:

a) Euglicemia; orientar dieta, atividade física e repetir CGG com 28 semanas

b) Diabetes gestacional; orientar dieta, atividade física e controle glicêmico.

c) Diabetes melito tipo 2; orientar dieta, atividade física e introduzir insulina 

d) Intolerância à glicose; orientar dieta e atividade física, não sendo necessário repetir o exame

Gabarito: Letra B

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