Ministério da Saúde publica Nota Técnica com orientações para que médicos e serviços de saúde se preparem para os impactos do frio intenso.
Nota Técnica nº 5/2025
As mudanças climáticas têm aumentado a frequência de eventos extremos, e o frio intenso passou a representar um desafio relevante para a prática médica no Brasil. Para apoiar a rede assistencial, o Ministério da Saúde publicou a Nota Técnica nº 5/2025 – CGPRESP/DEMSP/SVSA, documento que detalha medidas de prevenção, vigilância e resposta frente às ondas de frio, mesmo com o final do inverno.
Mais do que alertar para riscos gerais, a nota serve como guia para que médicos e equipes multiprofissionais ajustem sua atuação clínica e organizacional.
Prioridades de ação
O documento propõe três eixos de ação prioritários:
- Planejamento e organização dos serviços de saúde para lidar com aumento da demanda.
- Atenção especial a grupos vulneráveis, incluindo idosos, pacientes crônicos e pessoas em situação de rua.
- Integração intersetorial entre saúde, assistência social e defesa civil, garantindo acolhimento e suporte básico.
Além disso, é recomendado a vigilância ativa de agravos associados ao frio, como doenças respiratórias e cardiovasculares, para prevenir intervenções.
Sinais de atenção
Durante ondas de frio, alguns quadros clínicos apresentam maior incidência ou risco de complicações:
Respiratórios: aumento de casos de influenza, pneumonia, exacerbações de DPOC e crises asmáticas.
Cardiovasculares: elevação da pressão arterial, maior incidência de infarto agudo do miocárdio e AVC.
Hipotermia e lesões associadas em populações desprotegidas.
Morbimortalidade em idosos, pela menor reserva fisiológica e dificuldade de termorregulação.
Grupos prioritários para acompanhamento
A nota reforça a necessidade de monitoramento proativo de:
Idosos, especialmente com comorbidades.
Portadores de doenças crônicas respiratórias e cardiovasculares.
Crianças pequenas, mais suscetíveis a infecções respiratórias.
Pessoas em situação de rua ou em moradias precárias.
Preparação e organização dos serviços de saúde
A Nota Técnica orienta que os serviços de saúde ajustem seus fluxos e infraestrutura para lidar com o aumento de demanda durante ondas de frio. Isso inclui prever atendimento em unidades básicas e emergências, organizar leitos, insumos e equipe multiprofissional, e garantir comunicação eficaz entre diferentes níveis de atenção.
Atenção a grupos vulneráveis
O documento destaca a necessidade de monitoramento e cuidado especial com populações mais suscetíveis: idosos, crianças, portadores de doenças crônicas e pessoas em situação de rua. Médicos devem reforçar orientações sobre adesão a tratamentos, medidas de proteção ao frio e identificar precocemente sinais de agravamento clínico.
Articulação intersetorial
A nota enfatiza a importância da integração entre saúde, assistência social e defesa civil. Médicos e gestores são orientados a colaborar com serviços de emergência e abrigos, garantindo que os grupos vulneráveis tenham acesso a cobertores, roupas adequadas e suporte básico durante períodos de frio intenso.
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