
O RUF (Ranking Universitário Folha) 2025 confirma uma tendência já identificada nos últimos anos: o curso de Medicina no Brasil continua sendo majoritariamente dominado por instituições públicas. Das 20 melhores graduações em Medicina avaliadas, 18 são de universidades públicas e apenas duas são privadas, ambas localizadas na Região Sul.
Para ver o ranking completo e atualizado, confira o nosso post a seguir!
Predomínio das universidades públicas e pódio geral
Como mencionado anteriomente, o RUF 2025 reforça um cenário já consolidado: os cursos de Medicina seguem sob liderança das instituições públicas. Entre as 20 melhores graduações do país, 18 pertencem à rede estadual ou federal.
A USP ocupa o topo do ranking, com nota 68,39 em ensino e 30 pontos em avaliação de mercado, seguida por Unicamp e Unesp, que completam o pódio paulista.
1º lugar: Universidade de São Paulo (USP, São Paulo);
2º lugar: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, São Paulo);
3º lugar: Universidade Estadual Paulista (Unesp, São Paulo).
Em 4º lugar aparece a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a primeira federal no ranking, sustentando alto desempenho graças à segunda melhor avaliação de mercado e nota máxima em dedicação docente.
O destaque das públicas também se reflete no desempenho dos estudantes. A Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), mesmo fora do top 20, obteve a melhor nota entre os concluintes, reforçando a força das escolas médicas do interior paulista.
O que o ranking mede
Segundo a metodologia divulgada, para o curso de Medicina, o RUF 2025 avaliou dois grandes eixos:
- Ensino (50%): inclui qualidade do corpo docente (titulação, regime de dedicação), desempenho dos concluintes (como o ENADE), permanência de alunos e professores e avaliação interna.
- Mercado (50%): refere-se à percepção de empregadores sobre a qualidade dos formandos, seu preparo e inserção no mercado de trabalho.
Portanto, o ranking retrata tanto o ambiente de formação (docentes, estrutura, conclusão) quanto a reputação da instituição no mundo profissional.
Desigualdade e concentração geográfica
A análise regional mostra uma forte concentração de excelência no Sudeste e Sul. Das 20 melhores graduações em Medicina, 11 estão no Sudeste, 5 no Sul e 3 no Nordeste (UFPE, UFC e UFBA). Nenhuma instituição da Região Norte aparece entre as mais bem avaliadas.
No Sul, a presença simultânea de UFRGS, UFCSPA, PUCRS, PUCPR e UFPel evidencia a consolidação de polos regionais de formação médica de alto nível. Já o Nordeste demonstra avanço constante: cursos como o da UFPE, que alcançou o 10º lugar, aproximam-se cada vez mais dos índices das grandes universidades do Sudeste.
Desempenho das universidades privadas
Apesar da predominância das instituições públicas no topo do RUF 2025, algumas universidades privadas vêm se destacando e conquistando espaço entre as melhores formações médicas do país.
As PUCs do Sul (PUCRS e PUCPR) são as únicas particulares presentes no grupo das 20 mais bem avaliadas. Ambas se sobressaem sobretudo na avaliação de mercado, indicador que reflete a reputação de seus egressos entre contratantes e gestores da área da saúde.
Logo depois, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo aparecem com notas expressivas em desempenho dos concluintes e qualidade de ensino, superando 7,9 pontos, nível comparável às principais universidades públicas. A PUCRS, por exemplo, alcança 7,83 na nota dos formandos, superando diversas federais.
Ainda assim, o ranking aponta desafios persistentes para as instituições privadas, principalmente quanto à dedicação docente e infraestrutura acadêmica. Em média, essas faculdades apresentam menor número de professores em tempo integral e menor envolvimento em pesquisa, o que impacta seus indicadores de qualidade no longo prazo.
Top 10 faculdades privadas de Medicina
| Posição | Universidade | Estado | Avaliação do Mercado | Qualidade de Ensino | Nota dos Concluintes | Dedicação dos Professores | Avaliação dos Docentes |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 1 | Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) | PR | 29,54 | 59,25 | 6,36 | 4,33 | 36,22 |
| 2 | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) | RS | 28,01 | 59,07 | 7,83 | 3,36 | 36,22 |
| 3 | Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein | SP | 22,81 | 60,37 | 7,98 | 2,31 | 36,22 |
| 4 | Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo | SP | 22,81 | 59,99 | 7,91 | 4,86 | 36,22 |
| 5 | Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública | BA | 28,01 | 54,01 | 6,32 | 8,00 | 32,97 |
| 6 | Centro Universitário de Brasília (Ceub) | DF | 28,01 | 47,43 | 4,89 | 2,38 | 32,97 |
| 7 | Faculdade de Medicina Nova Esperança | PB | 22,81 | 52,39 | 1,45 | 8,00 | 32,97 |
| 8 | Faculdade São Leopoldo Mandic | SP | 22,81 | 48,76 | 3,16 | 3,10 | 32,97 |
| 9 | Universidade de Fortaleza (Unifor) | CE | 28,01 | 41,71 | 5,77 | 3,98 | 21,62 |
| 10 | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) | SP | 28,01 | 39,65 | 6,65 | 3,43 | 21,62 |
O que é o RUF 2025?
O RUF (Ranking Universitário Folha) é um levantamento anual elaborado pelo jornal Folha de S.Paulo, que avalia o desempenho das universidades brasileiras e de seus cursos de graduação. Ele existe desde 2012 e é considerado um dos principais rankings nacionais de ensino superior.
O ranking é baseado em dados públicos (como do MEC, Inep e Capes) e em pesquisas de opinião feitas com professores e empregadores.
As universidades e cursos são avaliados em dois grandes eixos:
- Ensino — qualidade da formação oferecida, considerando:
- titulação e dedicação do corpo docente,
- nota do Enade,
- infraestrutura,
- proporção aluno/professor,
- desempenho de concluintes.
- Mercado de trabalho — percepção de empregadores sobre a qualidade dos egressos e sua inserção profissional.
No caso do ranking de cursos, como Medicina, esses dois eixos têm peso igual (50% cada).
O RUF ganha importância por se tornar uma referência de qualidade acadêmica e reputação das instituições. O levantamento ajuda a entender quais cursos têm melhor avaliação nacional, tanto em formação teórica quanto em aceitação no mercado, o que pode influenciar oportunidades de estágios, residências e inserção profissional.

