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quinta-feira, 26 junho
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Dia Nacional da Diabetes: entenda os riscos dessa doença!

Imagem: Canva.

No Dia Nacional do Diabetes, é fundamental revisitarmos uma das condições crônicas mais prevalentes globalmente. Apesar de apresentar vários riscos, essa condição ainda é muito negligenciada pela população. 

O que é a Diabetes?  

O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de etiologia múltipla, decorrente da deficiência de produção e/ou de ação da insulina, que acarreta hiperglicemia persistente. Compreender sua fisiopatologia e os riscos associados é crucial para a prática clínica e para a promoção da saúde.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, uma parcela significativa da população com DM tipo 2 desconhece seu diagnóstico. Embora os sintomas clássicos de hiperglicemia — como polidipsia, poliúria e perda ponderal inexplicável — possam estar presentes, o caráter muitas vezes assintomático da doença contribui para diagnósticos tardios e, consequentemente, para o desenvolvimento de complicações crônicas.

Como a Glicose e Insulina atuam no corpo? 

Para contextualizar, os alimentos ricos em carboidratos são convertidos em glicose durante o processo digestivo. A glicose, uma vez na corrente sanguínea, é a principal fonte de energia para as células do corpo. No entanto, sua entrada nas células depende da presença da insulina. Podemos caracterizar a insulina é como “a chave que abre a porta da célula para o açúcar entrar e permitir o funcionamento e manutenção de todos os processos metabólicos do organismo”.

Mecanismo de liberação da Glicose conforme os níveis de glicose sanguínea. Fonte: Acervo de Ilustrações do Grupo MedCof

Quais as formas de Diabetes? 

Existem 2 formas de diabetes: Mellitus e Insipidus. A primeira tem uma maior relevância clínica no Brasil, por isso vamos explorar um pouco mais dos mecanismos fisiopatológicos dela. 

  1. Diabetes Tipo 1 (DM1)

Caracteriza-se pela destruição autoimune das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina. Isso resulta em uma deficiência absoluta de insulina, tornando a insulinoterapia exógena uma necessidade vital para a sobrevida do paciente.

  1. Diabetes Tipo 2 (DM2)

É uma condição complexa, marcada primariamente pela resistência à insulina, onde as células do corpo não respondem adequadamente ao hormônio, e/ou por uma secreção insuficiente de insulina pelo pâncreas para compensar essa resistência. Frequentemente, associa-se a comorbidades como hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade.

Acesse aqui algumas novidades diagnósticas!

Quais riscos relacionados à Hiperglicemia?  

A complicação central do DM não tratado é a hiperglicemia crônica. A elevação persistente dos níveis de glicose no sangue é um agente lesivo para o endotélio vascular e para os nervos, comprometendo a integridade de vasos sanguíneos e a sensibilidade neural por todo o corpo. As consequências dessa agressão sistêmica são as temidas complicações micro e macrovasculares.

  1. Complicações Microvasculares:
  • Retinopatia Diabética: O dano aos microvasos da retina pode levar a alterações visuais progressivas, culminando em cegueira se não tratada. O mapeamento de retina anual, com pupila dilatada, é indispensável, mesmo na ausência de queixas visuais.
Fundoscopia com achado de hemorragia por retinopatia diabética. Fonte: https://www.grupomedcof.com.br/blog/novidades-no-diagnostico-de-diabetes-mellitus/ 
  • Nefropatia Diabética: Afeta os rins, manifestando-se inicialmente por microalbuminúria, ou seja, a perda de pequenas quantidades de albumina pela urina. A detecção precoce através do exame anual de microalbuminúria em urina de 24 horas é vital, visto que os vasos da retina e dos rins são semelhantes e um comprometimento em um órgão frequentemente sinaliza risco no outro.
  • Neuropatia Diabética: Ocorre devido ao dano aos nervos. Nos membros inferiores, a neuropatia periférica pode causar perda de sensibilidade protetora, tornando os pés vulneráveis a lesões que não são percebidas, resultando em úlceras de difícil cicatrização e, em casos graves, amputações. O autoexame diário dos pés e o teste de sensibilidade pela equipe de saúde são medidas preventivas cruciais.
PSP: Perda de sensibilidade protetora; DAP: Doença arterial periférica; *Incluindo temperatura da pele; **SN: Se necessário; DEF: Deformidade nos pés; UP: Úlcera prévia; AMP: Amputação. Obs.: Na presença de sinais de alerta, o rastreamento deve ser realizado. Sistema de estratificação de risco de ulceração. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes. (https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-prevencao-de-ulceras-no-pe-diabetico/#introducao). 
  1. Complicações Macrovasculares:

O diabetes aumenta substancialmente o risco de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). O controle rigoroso da glicemia, pressão arterial e dislipidemia, associado a um estilo de vida saudável, são pilares para a prevenção dessas morbidades.

E o que fazer então?  

A natureza insidiosa do diabetes exige monitoramento contínuo. A hemoglobina glicada (HbA1c) é um exame fundamental que reflete a média glicêmica dos últimos três meses, fornecendo uma visão valiosa do controle do diabetes. Além disso, é de fundamental importância de uma alimentação balanceada, atividade física regular e bem-estar emocional, acompanhado de um correto tratamento. 

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