
A Doença de Addison é uma insuficiência adrenal primária, caracterizada pela produção inadequada de hormônios como o cortisol e a aldosterona pelas glândulas suprarrenais. Trata-se de uma condição rara, com progressão lenta, mas potencialmente grave.
Entre suas principais causas estão doenças autoimunes, infecções e fatores genéticos. Os sintomas mais comuns incluem fadiga, perda de peso, hipotensão e hiperpigmentação da pele. O tratamento envolve reposição hormonal, sendo eficaz quando realizado corretamente.
Causas da Doença de Addison
As principais causas da insuficiência adrenal primária incluem:
- Autoimunidade (principal causa, responsável por até 84% dos casos);
- Tuberculose adrenal;
- Infecções fúngicas, citomegalovírus ou HIV;
- Hemorragia adrenal;
- Doenças infiltrativas (como sarcoidose e amiloidose);
- Adrenoleucodistrofia (mais comum em homens jovens).
Sintomas da insuficiência adrenal primária
Os sintomas da Doença de Addison podem surgir de forma lenta e inespecífica, o que dificulta o diagnóstico precoce. Entre os sinais mais frequentes, destacam-se:
- Fadiga crônica e fraqueza muscular;
- Perda de peso e falta de apetite;
- Hipotensão arterial (especialmente ao levantar);
- Hipoglicemia (glicose baixa no sangue);
- Hiperpigmentação cutânea (escurecimento da pele e mucosas);
- Náuseas, vômitos e dor abdominal;
- Desejo por sal ou alimentos salgados;
- Alterações de humor, depressão, irritabilidade;
- Sensação de tontura e desidratação frequente.
Crise suprarrenal
A crise suprarrenal é uma emergência médica grave que pode ocorrer de forma súbita, geralmente desencadeada por infecção, estresse intenso ou interrupção do tratamento.
Os principais sinais de alerta incluem:
- Fraqueza extrema e astenia intensa;
- Confusão mental, inquietação ou sonolência excessiva;
- Vômitos e diarreia intensos;
- Desidratação severa;
- Febre alta ou temperatura corporal anormalmente baixa;
- Queda de pressão arterial e risco de choque circulatório.
Nesses casos, o tratamento imediato com hidrocortisona intravenosa e reposição de fluidos é essencial para a sobrevivência.
Diagnóstico da Doença de Addison
sintomas, associada a exames físicos e testes laboratoriais.
Os primeiros testes incluem a dosagem matinal de cortisol e ACTH no sangue:
- Cortisol baixo pela manhã (normalmente < 5 µg/dL) associado a
- ACTH elevado (acima de 50 pg/mL) confirma o diagnóstico, especialmente em situações de estresse intenso ou choque.
Qual exame detecta a doença de Addison?
O exame inicial é o teste de sangue para medir cortisol e ACTH. Além disso, podem ser solicitados exames de imagem para avaliar as glândulas suprarrenais, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Outros exames
- Teste de estimulação com ACTH sintético (cosintropina): avalia a resposta das glândulas suprarrenais ao ACTH.
- Eletrólitos séricos: pode haver sódio baixo (hiponatremia) e potássio alto (hipercalemia).
- Glicemia: pode estar reduzida (hipoglicemia).
- Anticorpos anti-21-hidroxilase: indicam origem autoimune.
- Tomografia computadorizada (TC) das glândulas suprarrenais:para identificar atrofia, calcificações ou massas.
- Ressonância magnética (RM) da hipófise: útil se houver suspeita de insuficiência adrenal secundária.
- Gasometria arterial: pode mostrar acidose metabólica.
Tratamento da insuficiência adrenal primária
De modo geral, o tratamento para a insuficiência adrenal primária envolve corticosteroides e hidratação intravenosa.
O esquema terapêutico padrão envolve a administração diária de glicocorticoides (como hidrocortisona ou prednisona) e, se necessário, mineralocorticoides (como fludrocortisona).
Prevenção e monitoramento
Pacientes com insuficiência adrenal primária (Doença de Addison) precisam adotar estratégias para prevenir crises adrenais e saber agir rapidamente em situações de risco. O manejo correto em momentos de estresse físico ou emocional é fundamental, já que o corpo não consegue aumentar a produção de cortisol de forma natural.
Em situações de estresse, é importante saber o que fazer:
- Ajuste da dose de corticoide: Em febre, infecções, cirurgias, traumas ou estresse emocional intenso, o paciente deve seguir a orientação médica para dobrar ou triplicar temporariamente a dose de glicocorticoide.
- Injeção de hidrocortisona de emergência: Se não for possível ingerir o medicamento por via oral (vômitos, diarreia intensa, perda de consciência), deve-se aplicar hidrocortisona intramuscular imediatamente.
- Procure atendimento de urgência: Após a dose de emergência, ir ao pronto-socorro com o cartão ou pulseira de identificação médica.
Checklist de cuidados preventivos:
- Tomar diariamente a medicação conforme prescrição (glicocorticoide ± mineralocorticoide).
- Manter estoque extra de medicamentos e ampolas de hidrocortisona para emergências.
- Portar cartão ou pulseira de alerta médico informando “Insuficiência Adrenal – Necessidade de Cortisol”.
- Ter sempre seringa, agulha e ampola de hidrocortisona disponíveis.
- Conhecer a técnica correta de aplicação intramuscular.
- Ajustar a dose em situações de febre, infecção, cirurgia ou trauma, conforme orientação médica.
- Realizar acompanhamento médico periódico com dosagens hormonais.
- Atualizar a vacinação para prevenir infecções.
O que é síndrome de Cushing ou Addison?
A Síndrome de Cushing e a Doença de Addison são distúrbios hormonais que afetam o eixo hipotálamo–hipófise–adrenal, responsável pela regulação da produção de cortisol e, em alguns casos, de aldosterona. Apesar de estarem relacionadas ao mesmo sistema, elas são condições opostas em termos de produção de cortisol.
Característica | Síndrome de Cushing | Doença de Addison |
Produção de cortisol | Excesso | Deficiência |
Causa principal | Tumores (hipófise, adrenal), secreção ectópica de ACTH ou uso prolongado de corticoides | Doença autoimune, infecção, hemorragia ou causas genéticas |
Pressão arterial | Geralmente elevada | Geralmente baixa |
Peso corporal | Aumento, principalmente no tronco e face | Perda de peso |
Aparência facial | “Face em lua cheia” | Face emagrecida e mais escura |
Distribuição de gordura | Tronco e nuca (“giba de búfalo”) | Não há acúmulo, pode haver perda de gordura |
Pele | Fina, frágil, com estrias arroxeadas e hematomas fáceis | Hiperpigmentação da pele e mucosas |
Massa muscular | Perda muscular com fraqueza | Fraqueza geral |
Outros sintomas | Hiperglicemia, osteoporose, alterações menstruais, infertilidade | Náuseas, vômitos, dor abdominal, alterações de sódio e potássio |
Tratamento | Reduzir a produção de cortisol (cirurgia, radioterapia, ajuste de medicamentos) | Reposição vitalícia de glicocorticoides e mineralocorticoides |
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