Gripe Aviária: entenda o cenário brasileiro

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Imagem: Canva.
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O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou que três das seis suspeitas de Gripe Aviária, encontradas em regiões de produção de subsistência no fim desse mês, são negativas.

Novos Casos de Gripe Aviária no Brasil

Na segunda-feira, 19 de abril, o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária, revisou a situação de emergência zoossanitária referente à gripe aviária. Essa atualização veio após a confirmação, na semana passada, de que o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) foi identificado em um matrizeiro de aves comerciais em Montenegro, no Rio Grande do Sul.

A ameaça de uma pandemia de influenza aviária, especialmente a causada pelo subtipo H5N1, tem sido uma preocupação constante para a saúde pública global.

Recentemente, o Brasil demonstrou a eficácia de seu sistema sanitário ao descartar casos suspeitos de gripe aviária, reafirmando a capacidade do país em lidar com potenciais surtos.

A Gripe Aviária no Cenário Brasileiro Recente

Conforme informações divulgadas pelo governo brasileiro, o país tem mantido um alto nível de vigilância em relação à gripe aviária. Casos suspeitos de infecção pelo vírus H5N1 em aves e, consequentemente, a possibilidade de transmissão para humanos, são investigados com rigor.

A boa notícia é que, até o momento, os casos suspeitos em território nacional foram descartados, o que demonstra a robustez do sistema de monitoramento e controle sanitário. Essa capacidade de resposta rápida é fundamental para conter a disseminação do vírus e proteger a saúde pública.

Como a H5N1 age no corpo? 

O vírus influenza A, do qual o H5N1 é um subtipo, é um vírus RNA da família Orthomyxoviridae. Ele possui duas glicoproteínas de superfície, a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N), que são cruciais para sua capacidade de infectar células e se replicar. O H5N1 é conhecido por sua alta patogenicidade, o que significa que ele tem um grande potencial de causar doença grave e elevada letalidade em humanos.

A transmissão do vírus aviário para o homem é considerada rara e, geralmente, ocorre por contato próximo e frequente com animais doentes, principalmente aves domésticas. A maioria dos pacientes adquire o vírus através da exposição a aves em casa ou no peridomicílio. Há também a possibilidade de transmissão por fômites ou pelo meio ambiente, como através de fertilizantes contendo fezes de aves ou inalação de fezes aerolizadas de animais contaminados.

Um ponto de atenção para a residência médica é a suscetibilidade. O estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária aponta que crianças e adultos jovens representam uma fração importante da população acometida, com mais da metade dos indivíduos infectados tendo menos de 20 anos. Acredita-se que isso possa estar relacionado à maior distribuição de receptores para o vírus no trato respiratório de crianças, que decresce com a idade.

Sintomas e Manifestações Clínicas da H5N1

O período de incubação varia de 2 a 5 dias. As manifestações clínicas iniciais são inespecíficas, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Os sintomas comuns incluem:

  • Sintomas Gerais: Febre, rinorreia, mialgia, cefaleia, dor de garganta, tosse.
  • Sintomas Gastrintestinais: Diarreia, vômitos e dor abdominal.
  • Complicações Graves: A maioria dos casos evolui para pneumonia grave, que pode progredir rapidamente para insuficiência respiratória em cerca de 4 dias. Pode ocorrer falência de múltiplos órgãos, incluindo insuficiência cardíaca e renal.
  • Achados Laboratoriais: Leucopenia, linfopenia, trombocitopenia e elevação de transaminases. A linfopenia e a elevação de desidrogenase láctica estão associadas a um pior prognóstico.

O óbito, quando ocorre, acontece em média entre 9 e 10 dias após o início dos sintomas.

Estratégias de Prevenção e Controle da H5N1

A prevenção da gripe aviária e o controle de uma possível pandemia influenza dependem de uma série de medidas coordenadas. Alguns que podem ser citadas são: 

  • Vigilância Ativa: Identificação rápida de casos suspeitos em humanos e animais.
  • Profilaxia Antiviral: A OMS recomenda a administração de antivirais, como o oseltamivir, para contatos e residentes de zonas de contenção, idealmente nas primeiras 24-48 horas após a exposição.
  • Vacinação: Embora o desenvolvimento de uma vacina específica para o H5N1 seja desafiador devido à patogenicidade do vírus e à baixa imunogenicidade, a pesquisa e a preparação para a produção de vacinas são contínuas. O Brasil, por exemplo, investiu no Instituto Butantan para acelerar a preparação para a fabricação de vacinas em caso de pandemia.
  • Medidas Não-Farmacológicas: Incluem o isolamento de pessoas doentes, quarentena voluntária de expostos e medidas de distanciamento social, como o fechamento de escolas e locais públicos.
  • Planos de Contingência: O Ministério da Saúde do Brasil instituiu um comitê para a preparação de um plano de contingência, que inclui o fortalecimento da vigilância, a constituição de um estoque estratégico de oseltamivir e a preparação para a produção de vacinas.

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