MedCof Oftalmo marca presença em projeto de atendimentos em comunidades ribeirinhas

Dra. Maria Beatriz, coordenadora do curso de oftalmologia da MedCof, participou da 33ª Expedição da ONG Zoé no estado do Pará, a bordo do Barco Hospital Papa Francisco para fornecer atendimentos a populações afastadas

A expedição

Com destino a cidade de Aveiro, às margens do rio Tapajós, uma equipe multiprofissional realizou seus serviços de atendimentos a populações ribeirinhas, prestando suporte e acompanhamento por meio de consultas, exames e procedimentos cirúrgicos.

A 33ª expedição organizada pela ONG Zoé aconteceu entre os dias 6 e 13 de março de 2025. Durante esse período, a equipe precisou estruturar a rotina conforme o itinerário recebido, logo, a organização foi feita em conjunto entre todos os profissionais presentes no projeto.

Essa jornada ofereceu apoio aos habitantes da região por meio de diferentes especialidades, sendo elas médicas e não médicas, como, odontologia, pneumologia, dermatologia, pediatria, oftalmologia e outras mais.

Sendo essa a primeira participação da Dra. Maria Beatriz no projeto, ela pôde analisar a intercorrência de casos oftalmológicos nas pessoas que ali viviam, diagnosticando, estabelecendo um tratamento e, por vezes, realizando cirurgias para a melhora da condição de cada paciente.

Conforme o desenvolvimento da excursão, ela enfatizou a necessidade do conhecimento prévio das enfermidades que afligem cada comunidade, pois, dessa maneira, a prática se torna ainda mais incisiva: “Sempre que tratamos de uma população, precisamos também entender quais são os problemas que ela tem.”

Dados da expedição

Segundo a organização, foram realizados 103 procedimentos cirúrgicos e mais de 600 atendimentos, totalizando mais 690 ações diretas de melhorias na saúde local. Na parte oftalmológica, as consultas possibilitaram o diagnóstico e seguimento de distúrbios que acometiam as populações que habitavam as margens do Tapajós.

Conforme conversado com Maria Beatriz, mesmo com diferentes problemas encontrados, houve incidências de enfermidades específicas, como cataratas, erros refracionais, glaucomas e pterígio, sendo essa última causada pela forte iminência de Raios UV, comum na região por conta da proximidade à linha do equador.

Parte de alguma dessas doenças puderam ser tratadas e ter uma resolução durante a expedição, mas outras, como as cataratas, precisaram de um acompanhamento posterior: “Casos de catarata vão precisar de outros suporte. É importante trabalharmos com os médicos próximos, caso haja alguma complicação, uma infecção, ou, até mesmo, precisar encaminhar os pacientes para um serviço local.” ressalta a oftalmologista.

Confira nas tabelas abaixo os números coletados deste projeto em março de 2025:

Procedimentos

fonte: ONG Zoé 

Consultas

fonte: ONG Zoé

Exames

fonte: ONG Zoé 

A bordo do Papa Francisco

Através da mobilidade das equipes e dos pacientes, o barco hospital Papa Francisco possibilitou a realização da expedição ao percorrer a grande extensão do rio Tapajós e compactar a estrutura médica necessária.

Com uma ampla disposição de espaços, a organização dos itens e dos segmentos dentro da embarcação foi estabelecida para atender as diversas especialidades ofertadas, tornando o ambiente ainda mais seguro e completo para a expedição. Dentre as estruturas, podemos destacar a presença de laboratórios de exames, consultórios médicos e odontológicos, leitos e, até mesmo, um centro cirúrgico.

Na parte superior estão os quartos, a cozinha e o refeitório, sendo esse o andar dedicado ao descanso do time de voluntários. No andar inferior, o primeiro, estão localizados os locais médicos, como consultórios, triagens e centros cirúrgicos de cada especialidade.

Escolha do nome

Segundo uma entrevista feita pelo portal de notícias do Vaticano, a escolha do nome da embarcação foi ocasionado por um pedido do próprio Papa Francisco que, em 2019, solicitou à Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus a atuação incisiva na Amazônia para assegurar o acesso básico à saúde. Dessa forma, foi decidida como homenagem o batismo da estrutura com o seu nome.

ONG Zoé

Criada em 2020, ainda como um projeto de rastreamento de câncer do aparelho digestivo, realizado anos anteriores, a ONG Zoé já apresentava o interesse  de atender comunidades remotas à beira do rio Tapajós que, muitas vezes, são de difícil acesso. 

Assim, o projeto permitiu profissionais, de forma voluntária, auxiliarem de maneira objetiva os moradores desses locais. Atualmente, a instituição realiza regularmente atividades nesses territórios, sempre em conjunto com especialistas de diferentes áreas de atuação, tudo isso sendo organizado por meio de doações.

Até o momento, no ano de 2025, foram feitas 4 expedições para as cidades de Belterra e de Aveiro.

Conhecendo Maria Beatriz Lacerda

Graduada pela Universidade de São Paulo (USP) e Oftalmologista pela mesma instituição, Maria Beatriz Lacerda Coelho de Paula trabalha há mais de dez anos com expedições e assistências a áreas remotas. Ainda na graduação,em decorrência de um projeto lançado pela universidade, ela teve seu primeiro contato com a área escolhida para a residência.

Na residência médica, a doutora continuou em seus trabalhos de suporte a pessoas em vulnerabilidade, atuando em projetos voluntários na capital paulista. Além disso, devido a atividades com maior direcionamento, ela participou de ligas acadêmicas de oftalmologia, que possibilitaram o aprofundamento na área.

Para além da colaboração com a ONG Zoé, a médica também participou de projetos junto aos Médicos da Florestas, Xingu+Catu e com o Instituto Suel Abujamra.

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