Nódulos tireoidianos e os perigos para o paciente 

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Fonte: Canva.
Fonte: Canva.

Os nódulos tireoidianos são uma preocupação comum na prática clínica e exigem uma abordagem cuidadosa e sistemática

Definição de Nódulos Tireoidianos

Os nódulos tireoidianos são pequenas protuberâncias que se desenvolvem na glândula tireoide e podem ser identificados por meio de exames físicos ou achados incidentais em procedimentos radiológicos. Eles podem ser únicos ou múltiplos, benignos ou malignos, por isso é crucial investigá-los para descartar a possibilidade de malignidade.

Ilustração comparativa entre uma tireoide normal e uma tireoide com nódulos. À esquerda, a glândula aparece uniforme e sem anomalias; à direita, há a presença de nódulos tireoidianos, indicados como protuberâncias na estrutura da glândula. A imagem é projetada para fins educativos, destacando alterações possíveis na tireoide que podem requerer avaliação médica.
Ilustração representativa de nódulos | Fonte: Acervo de ilustrações do MedCof.

Eles são mais comuns em mulheres, idosos, pessoas expostas à radiação e  pessoas com deficiência de iodo.

Etiologia de Nódulos Tireoidianos

Diversas causas estão associadas à formação de nódulos tireoidianos, incluindo:

  • Bócio multinodular: causando crescimento desordenado do tecido tireoidiano e, então,  levando à formação de múltiplos nódulos.
  • Cistos tireoidianos: ocasionando desenvolvimento de cavidades cheias de líquido na tireoide e resultando na formação de cistos (junto com o Bócio representa 80% dos casos).
  • Adenomas: causando tumores benignos da tireoide que podem levar à criação de nódulos (15% dos casos).
  • Câncer de tireoide:embora raro, uma pequena proporção de nódulos é maligna e requer uma avaliação minuciosa. (Apenas 5-10% dos casos).

Apresentação Clínica

A avaliação de nódulos tireoidianos começa com uma história clínica detalhada que nos pode revelar predisposição e fatores de risco. Questões relevantes incluem:

  •  Histórico de exposição à radiação, especialmente na região do pescoço, aumenta o risco de nódulos tireoidianos.
  •  Histórico de câncer de tireoide na família, incluindo predisposição genética.
  •  Avaliação de sintomas como dor, disfagia (dificuldade de engolir) e rouquidão.

Mas quais são os fatores de risco? Extremos de idade (menos de 20 anos ou mais de 70 anos); ser do sexo masculino; ter histórico de irradiação e/ou histórico familiar de nodulação ou neoplasia;  apresentar nódulo duro, sólido, aderido, adenopatia; o nódulo apresentar crescimento rápido; paciente com sintomas compressivos, como rouquidão, disfagia e dispneia.

Ilustração 3D da glândula tireoide situada no pescoço, destacando sua posição anatômica e estrutura. A tireoide, com formato semelhante a uma borboleta e coloração alaranjada, é responsável pela regulação do metabolismo do corpo. O fundo vermelho intenso pode indicar concentração de estudo em condições como hipertireoidismo, hipotireoidismo ou inflamação (tireoidite). Imagem ideal para conteúdos educativos e médicos sobre doenças da tireoide.
Representação anatômica da região cervical em corte sagital, com localização tireoide anteriorizada, justificando os sintomas compressivos quando ela está avolumada. | Fonte: Acervo de Ilustrações do Grupo MedCof.

Exame Físico

O exame físico desempenha um papel crucial na avaliação de nódulos tireoidianos. O médico avalia o tamanho, a consistência e a mobilidade do nódulo. Nódulos maiores, rígidos e fixos à glândula tireoide são mais suspeitos de malignidade.

Avaliação Laboratorial

Diante de um nódulo tireoidiano,  após a avaliação clínica, deve-se solicitar inicialmente a dosagem de TSH. Se o hormônio estiver suprimido fala contra neoplasia maligna, e por isso deve ser solicitado a Cintilografia, para avaliação funcional. 

Caso a  cintilografia identifique um nódulo “quente” um nódulo secretor, estamos diante de um nódulo benigno, dispensando uma investigação mais aprofundada.

No caso de TSH normal ou elevado, ou TSH subnormal comum no nódulo não secretor (”frio”), deve-se dar continuidade com a avaliação ultrassonográfica.

Avaliação ultrassonográfica

Nos casos em que a Ultrassonografia estiver indicada, o exame irá fornecer as características dos nódulos, para fornecer uma previsão de risco de neoplasia, a partir das características morfológicas. Para isso temos o TI-RADS e a Classificação Chammas.

Tabela explicativa para classificação TI-RADS (Thyroid Imaging Reporting and Data System), que avalia características de nódulos tireoidianos para estratificação do risco de malignidade. Apresenta pontuação para atributos como composição (cístico a sólido), ecogenicidade (anecogênico a muito hipoecogênico), forma (mais larga ou mais alta), margem (regular a extensão extratireoidiana) e focos ecogênicos (ausência a focos puntiformes). A soma dos pontos determina a classificação, desde TI-RADS 1 (benigno) até TI-RADS 5 (altamente suspeito), com recomendações de conduta clínica para aspiração ou acompanhamento.
Classificação de TI-RADS. | Fonte: Acervo de ilustrações do Grupo MedCof.

A partir dessa avaliação teremos a informação da necessidade de avançar na investigação com PAAF ou não.

Abordagem Diagnóstica

A abordagem diagnóstica para nódulos tireoidianos envolve vários exames, como:

  • Dosagem de hormônios, especialmente o TSH, para avaliar a função tireoidiana.
  • Cintilografia, utilizada quando o TSH está suprimido.
  • Ultrassonografia da tireoide, fundamental para avaliar a morfologia, tamanho e características dos nódulos.
  • Punção aspirativa por agulha fina (PAAF), um procedimento para coletar amostras de células do nódulo para análise.

Aqui abaixo você pode entender o racional do fluxo diagnóstico que é adotado.

Fluxograma ilustrativo sobre a avaliação e manejo de nódulos tireoidianos em pacientes com TSH normal ou elevado. O processo começa com ultrassonografia (USG), categorizando os nódulos conforme risco (suspeita alta, intermediária, baixa, ou benigno). Estratificação orienta o uso de PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina) dependendo do tamanho do nódulo. Resultados são encaminhados para classificação Bethesda (I a VI), com condutas como repetir PAAF, acompanhamento clínico ou cirurgia (casos de Bethesda VI). Este fluxograma destaca critérios e decisões médicas detalhadas para o controle da tireoide.
Fluxograma de manejo clínico de nódulos tireoidianos baseados no TSH e critérios Bethesda. | Fonte: Acervo de ilustrações do Grupo MedCof.

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