Medicamento experimental já ajudou pacientes a recuperar movimentos perdidos após acidentes e pode representar um marco no tratamento de lesões medulares

Um novo começo
Nos últimos 25 anos, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) se aprofundaram em estudos sobre a Polilamina – medicamento à base de proteína que atua no sistema nervoso.
A pesquisa revela que é possível recuperar parte dos movimentos perdidos em lesões na medula espinhal por meio da laminina.
Tatiana Sampaio, professora e pesquisadora da universidade, liderou o projeto em conjunto de uma equipe especializada na área da saúde com neurocirurgiões e fisioterapeutas. Embora demonstre grande eficácia, o tratamento segue em fase experimental.
O que diz os estudos
A substância laminina é responsável por criar uma grande malha e impulsionar a troca de informação entre os neurônios na fase embrionária da vida. Assim, os pesquisadores descobriram que é possível recriar em laboratório essa grande malha, chamada de polilaminina, extraindo as proteínas de placentas.
Desse modo, constatou-se que, quando reintroduzida no corpo, a polilaminina pode ajudar a parte mais longa do neurônio a abrir um novo caminho no local da lesão até o próximo neurônio, voltando a gerar o impulso elétrico necessário para realização de um movimento.
Como funciona o tratamento com a Polilamina?
A laminina é uma substância produzida naturalmente pelo corpo no desenvolvimento do sistema nervoso, que também pode ser encontrada na placenta humana, de acordo com estudos da UFRJ.
Com capacidade de regenerar células da medula devolvendo parcial ou totalmente a mobilidade após uma lesão, os resultados são mais eficazes quando a aplicação ocorre em até 24 horas.
Assim, o tratamento envolve apenas uma aplicação, seguido de fisioterapia para reabilitação.
Estudos experimentais com a Polilamina
Cerca de 10 pacientes conseguiram recuperar os movimentos com o uso do medicamento em estudos experimentais.
Dentre eles, um jovem de 31 anos que sofreu trauma por acidente de trânsito, uma mulher de 27 anos, que sofreu uma queda e Bruno Drummond de Freitas, que obteve o tratamento 24 horas após um acidente de carro que causou a lesão de uma grande parte da medula espinhal. No caso de Bruno, foi possível recuperar completamente os movimentos.
Ainda, também foram realizados testes em animais com graves lesões. De acordo com os resultados, 4 dos 6 cães testados tiveram recuperação dos movimentos.
Por fim, o laboratório Cristália aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a fase 1 dos testes dos estudos para comprovar a eficácia e segurança do tratamento.

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