Novo tratamento pode ser eficaz contra gonorreia e é o primeiro desde 1990

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Fonte: Canva.

Estudos mostraram que a gepotidacina – uma nova classe de antibióticos para a infeção urinária – pode ser um tratamento eficaz contra a infecção sexualmente transmissível

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Tratamento para a gonorreia

O novo antibiótico, a gepotidacina, é utilizado para o tratamento de infecções urinárias, aprovado em março pela Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos. Entretanto, um estudo publicado na revista científica The Lancet, revelou que o medicamento pode ser promissor no tratamento da gonorreia.

Entendendo o estudo

O ensaio clínico teve mais de 600 participantes, sendo que metade recebeu o tratamento convencional, uma combinação de uma injeção de ceftriaxona e um comprimido de azitromicina, enquanto o outro grupo recebeu o novo antibiótico, com duas doses orais de três gramas. A taxa de sucesso foi de 92,6% para a gepotidacina em comparação com 91,2% do tratamento convencional. Os resultados mostraram que, além de ser tão eficaz quanto o tratamento padrão, a gepotidacina mostrou eficácia contra cepas da bactéria da gonorreia que são resistentes aos antibióticos atuais.

Ainda, a pesquisa foi liderada pelo grupo farmacêutico britânico GlaxoSmithKline (GSK), que alegou que este pode ser o primeiro medicamento contra a infecção sexualmente transmissível em mais de 30 anos (IST). 

A descoberta de um novo antibiótico para a IST não ocorre desde 1990, e desde então, a bactéria que causa a infecção tem desenvolvido resistência aos antibióticos mais usados, como a penicilina, a tetraciclina ou as fluoroquinolonas, – o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de “super gonorreia”.

Como é o cenário Brasileiro atual?

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, estima-se que a prevalência de gonorreia na população de 15 a 49 anos seja de aproximadamente 1,4%, e que haja 500 mil novos casos por ano. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em 2020 mais de 1 milhão de pessoas tenham sido contaminadas no mundo por ISTs passíveis de tratamento, como clamídia, gonorreia e sífilis.

O que é a gonorreia?

A gonorreia é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e é considerada a segunda IST bacteriana mais comum do mundo.

Quais são as causas?

A transmissão da IST ocorre de um paciente infectado ao outro por meio de contato sexual desprotegido. A bactéria se prolifera em áreas quentes e úmidas, incluindo a uretra. Também pode ser encontrada no sistema reprodutor feminino, incluindo útero e colo do útero e em outros órgãos, como a pele, garganta, olhos e articulações.

Vale lembrar que a gonorreia também pode ser transmitida durante a gravidez, de mãe para filho, e o bebê é tratado para a condição logo após seu nascimento.

Quais são os sintomas?

O período de incubação da bactéria é de até uma semana antes de apresentar sintomas, e em alguns casos, as mulheres podem não apresentar sintomas. Contudo, os sintomas podem ser:

  • Dor na região do abdômen;
  • Corrimento amarelado;
  • Dor e ardência ao urinar;
  • Dor pélvica;
  • Dor e sangramento durante a relação sexual.

Para os homens, os sintomas costumam ser:

  • Dor ao urinar e eliminação de pus e corrimento pelo pênis;
  • Inflamação no orifício da uretra;
  • Dor e inchaço nos testículos.

Diagnóstico

O diagnóstico da gonorreia é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais (como PCR, NAAT, coloração de Gram e exames de cultura de bactérias), tendo o quadro confirmado pela identificação da bactéria causadora da IST, levando em conta a análise do corrimento purulento, ao colher material, com uma pequena escova, da uretra do homem ou do colo do útero da mulher.

Como prevenir

A principal forma de prevenção é o uso de preservativos durante as relações sexuais, além de sempre realizar o autoexame, observando os próprios órgãos genitais.

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