
A residência em Neurocirurgia é uma das formações mais desafiadoras e completas da Medicina. Voltada para o cuidado de doenças do sistema nervoso, ela une prática intensa, aprendizado técnico e tomada de decisão em situações de alta complexidade.
Para conquistar uma vaga, o médico precisa ter o diploma em Medicina e ser aprovado em um processo seletivo rigoroso.
O que é a residência em Neurocirurgia
A residência em Neurocirurgia tem duração de 5 anos e é uma especialidade médica de acesso direto. Ou seja, o médico pode ingressar logo após concluir a graduação.
O residente é treinado para diagnosticar e tratar cirurgicamente doenças do sistema nervoso central e periférico. Isso inclui tumores cerebrais, traumas cranianos, malformações vasculares e patologias da coluna vertebral.
Trata-se de uma especialidade que exige precisão técnica, raciocínio rápido e conhecimento anatômico.
Subespecialidades e áreas de atuação em Neurocirurgia
Após concluir a residência, o médico pode aprofundar seus conhecimentos em diferentes subespecialidades da Neurocirurgia:
- Neurocirurgia Vascular: foca no tratamento de aneurismas, malformações arteriovenosas e hemorragias cerebrais.
- Neurocirurgia Oncológica: dedica-se ao diagnóstico e à remoção de tumores cerebrais e medulares.
- Neurocirurgia Pediátrica: trata doenças congênitas e adquiridas do sistema nervoso em crianças.
- Neurocirurgia da Coluna: abrange o manejo cirúrgico de hérnias de disco, fraturas vertebrais, estenoses e deformidades da coluna.
- Neurocirurgia Funcional: atua no tratamento de distúrbios do movimento, epilepsias e dores crônicas.
- Neurotrauma: envolve o atendimento a pacientes com traumatismos cranianos e lesões medulares, frequentemente em situações de urgência e emergência.
Mercado de trabalho e perspectivas para neurocirurgiões
O mercado para neurocirurgiões no Brasil é altamente competitivo, mas com boa demanda em centros de trauma, hospitais de alta complexidade e serviços especializados.
A maior concentração de profissionais está no Sudeste, o que abre oportunidades em outras regiões com menor oferta.
Remuneração
A remuneração varia bastante: valores CLT giram em torno de R$8 mil a R$16 mil mensais, enquanto no atendimento particular e cirúrgico o faturamento pode superar R$50 mil a R$150 mil, dependendo da experiência e da região.
Requisitos e perfil do médico residente em neurocirurgia
- Precisão motora: necessária para procedimentos delicados e seguros.
- Resistência física: indispensável em cirurgias longas e plantões intensos.
- Concentração prolongada: é preciso ter foco durante horas de atuação contínua.
- Controle emocional: fundamental para decisões rápidas sob pressão.
- Atualização científica: a área evolui constantemente e exige estudo contínuo.
Estrutura do programa de residência em neurocirurgia
A residência em Neurocirurgia é organizada em etapas progressivas que desenvolvem desde a base clínica e emergencial até habilidades avançadas em procedimentos de alta complexidade.
Ao longo dos cinco anos, o residente ganha autonomia gradualmente e passa por diferentes áreas essenciais da especialidade.
Primeiro ano (R1)
O R1 foca na formação clínica e emergencial, com estágios em neurologia, neuroimagem, neurointensivismo, pronto-socorro e trauma.
É o período de aprendizado básico em diagnóstico, manejo inicial de pacientes críticos e participação nos primeiros procedimentos simples.
Segundo e terceiro anos (R2 e R3)
Nessa fase, o residente entra mais intensamente no centro cirúrgico, acompanhando procedimentos e realizando cirurgias de menor e média complexidade sob supervisão.
Também roda por subespecialidades como coluna, vascular, neuro-oncologia e pediatria, consolidando tomada de decisão e técnicas cirúrgicas.
Quarto e quinto anos (R4 e R5)
Os últimos anos são dedicados ao aperfeiçoamento cirúrgico avançado. O residente assume maior autonomia em cirurgias complexas, participa ativamente da rotina de UTIs e ambulatórios especializados.
Aqui, passa a poder aprofundar-se em áreas de interesse, como funcional ou epilepsia. É o período que consolida o perfil profissional para o mercado.
As 10 residências em neurocirurgia mais concorridas no Brasil
1. FMUSP – Hospital das Clínicas (SP)
Oferece cerca de 5 vagas e costuma registrar concorrência próxima de 50:1. Destaca-se pelo maior volume de casos do país, abrangendo trauma, vascular, tumores e funcional. A seleção ocorre pela FUVEST.
2. UNIFESP – Escola Paulista de Medicina (SP)
Com 3 vagas e relação em torno de 68:1, a EPM combina forte tradição acadêmica com casuística expressiva em neurovascular e tumores. A seleção é própria da UNIFESP.
3. UNICAMP – Hospital de Clínicas (SP)
Disponibiliza 3 vagas, com concorrência na faixa de 56:1. O programa tem destaque em epilepsia, funcional e neuro-oncologia. A entrada se dá pelo processo da FCM/UNICAMP.
4. UNESP – Botucatu (SP)
Geralmente oferece 2 a 3 vagas, com concorrência semelhante ao eixo paulista (cerca de 56:1). O treinamento é forte em coluna, vascular e tumores. A prova é realizada pela UNESP.
5. IAMSPE – Hospital do Servidor (SP)
Conta com 3 vagas e concorrência próxima de 45:1. Tem grande fluxo de urgência e trauma, com progressão cirúrgica acelerada. A seleção é institucional do IAMSPE.
6. USP – Ribeirão Preto (SP)
Aproximadamente 2 a 3 vagas, concorrência histórica cerca de 58:1. Forte em neurovascular, epilepsia e onco. O ingresso ocorre por processo próprio da FMRP-USP.
7. HCPA – UFRGS (RS)
Disponibiliza 2 vagas e mantém alta procura no Sul. O residente tem formação sólida em base de crânio, vascular e funcional. A seleção ocorre pela Fundmed/HCPA.
8. UFCSPA / ISCMPA (RS)
Com 2 vagas e concorrência ao redor de 53:1, o serviço une trauma, eletivas e amplo volume ambulatorial. A seleção é feita pela UFCSPA/ISCMPA.
9. UFRJ – HUCFF (RJ)
Oferece 2 a 3 vagas e apresenta concorrência elevada nos processos estaduais/federais. Tem forte atuação em neuro-oncologia, vascular e funcional. O ingresso ocorre pela COREME UFRJ (ou seleção unificada, dependendo do ano).
10. UFPR – HC de Curitiba (PR)
Geralmente com 2 a 3 vagas e alta disputa no processo unificado do Paraná. A formação concentra trauma, coluna e vascular. A seleção é via AMP-PR.
Como se preparar para o processo seletivo?
- Prova teórica: normalmente é a etapa mais decisiva, cobrando Clínica Médica, Neurologia, emergências e fundamentos da Neurocirurgia. Priorize questões, revisões rápidas e simulados alinhados à banca.
- Prova prática (OSCE): avalia condutas em urgências, interpretação de exames e raciocínio rápido. Treinar cenários clínicos e protocolos aumenta muito o desempenho.
- Análise curricular: considera monitorias, estágios, ligas, pesquisa e publicações. Manter currículo organizado e atualizado garante melhor pontuação.
- Rotina de estudos estruturada: combinar teoria, questões, revisões espaçadas e simulados é essencial. As trilhas de estudo da MedCof ajudam a organizar o preparo, acelerar a evolução e manter constância até a prova.
Dúvidas Frequentes sobre Residência em Neurocirurgia
A seguir, você encontra respostas rápidas e diretas para as principais perguntas de quem está avaliando seguir carreira em Neurocirurgia, com informações essenciais para orientar sua decisão.
Qual é o piso salarial de um neurocirurgião?
O piso gira em torno de R$8 mil a R$16 mil em contratos CLT, mas pode ser muito maior no setor privado ou em atuação como autônomo, variando conforme região e carga cirúrgica.
Quanto ganha um residente em Neurocirurgia?
A remuneração segue o padrão nacional das residências médicas, com bolsa aproximada de R$4.100, podendo haver adicionais dependendo do estado e da instituição.
Qual é a melhor residência de Neurocirurgia do mundo?
Entre os programas mais reconhecidos estão Johns Hopkins, Mayo Clinic, Massachusetts General Hospital e Barrow Neurological Institute, todos referência em casuística, pesquisa e tecnologia.
Qual a taxa de desistência durante a residência em neurocirurgia?
As estimativas internacionais variam entre 10% e 20%, principalmente devido à carga horária intensa e exigência física e emocional, embora os números possam variar entre países e instituições.
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