Trauma de bexiga: o que é, causas e tratamento

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O trauma de bexiga é frequentemente associado a traumas de alta intensidade, como acidentes automobilísticos, fraturas pélvicas e traumas com a bexiga cheia. Saiba qual a consequência direta de cada uma dessas causas! 

O que é a bexiga? 

É um órgão protegido pelo arcabouço ósseo (pelve), sendo inerte a traumas de baixa intensidade. A maioria dos traumas de bexiga (80-94%) está associada a outras lesões. Em 83-95% dos casos de trauma de bexiga, há uma fratura pélvica associada. A suspeita clínica inclui hematúria (presente em até 95% dos casos), resistência à sondagem vesical de demora (SVD) ou uretrorragia. A lesão extraperitoneal é a mais comum, ocorrendo em 85% dos casos.

Como diagnosticar o Trauma de Bexiga?

O padrão-ouro para o diagnóstico é a uretrocistografia retrógrada e miccional (UCRM). Para este exame, injeta-se retrogradamente 350 ml de contraste e obtém-se pelo menos três imagens de enchimentos diferentes da bexiga.

Lesão intraperitoneal com extravasamento após injeção de contraste. Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

Trauma Vesical Intraperitoneal

Geralmente é resultado de um trauma contuso com bexiga cheia, levando à sua “explosão“. Nos exames de imagem, como a cistotomografia ou UCRM, observa-se o delineamento das alças intestinais devido ao extravasamento do contraste para o peritônio.

Cistomografia de trauma intraperitoneal com ruptura vesical. Fonte:https://radiopaedia.org/cases/intraperitoneal-bladder-rupture 

Trauma Vesical Extraperitoneal

 Este tipo de lesão é mais frequentemente associado a fraturas de bacia. O achado radiológico característico é o de “chama de vela“, que corresponde ao extravasamento do contraste para o espaço extraperitoneal.

Possível visualizar extravasamento de contraste (chama de vela) para o espaço extraperitoneal. Fonte: Acervo de aulas do GrupoMedCof. 

Tratamento do Trauma de Bexiga

O tratamento varia conforme o tipo e a gravidade da lesão.

Trauma Vesical Intraperitoneal

 O tratamento é cirúrgico e imediato. A cirurgia consiste na rafia da ruptura em dois planos, utilizando fio absorvível, e na drenagem da rafia para evitar fístulas. O paciente é mantido com SVD por 7 a 10 dias, e uma cistografia é repetida antes da retirada da sonda para garantir a ausência de vazamento.

Trauma Vesical Extraperitoneal

O tratamento é conservador na maioria dos casos. O paciente é encaminhado para casa com uma SVD calibrosa (20 a 24 Fr) e antibioticoterapia. A cistografia deve ser repetida em 14 dias para avaliar o fechamento da lesão antes de remover a sonda. A abordagem cirúrgica é indicada para lesões extraperitoneais nos seguintes casos: lesão do colo vesical, fragmento ósseo associado, lesão de reto, ou se a cirurgia já for realizada por outro trauma associado.

Quais as possíveis complicações? 

As possíveis complicações do trauma de bexiga incluem sepse, fístulas e lesões neurológicas.

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