Câncer de Mama: diagnóstico, tratamento, fatores de risco e mais!

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A imagem tem uma moça fazendo o auto exame na mama
A imagem tem uma moça fazendo o auto exame na mama
Imagem: Canva.

O câncer de mama é uma das neoplasias malignas mais comuns entre as mulheres, e sua compreensão detalhada é essencial para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

O que é o Câncer de Mama?

O Câncer de Mama é uma doença causada pelo crescimento descontrolado e anormal das células na glândula mamária, podendo ocasionar em tumor.

Ainda, caso este tumor não seja tratado, é possível que se espalhe para outros órgãos por meio do sistema linfático ou sangue – um processo conhecido como metástase.

Fatores de Risco do Câncer de Mama

Os fatores de risco para o câncer de mama são variados e possui classificação em várias categorias:

  • Sexo e Idade: O sexo feminino é o principal fator de risco, e a incidência aumenta com a idade avançada.
  • Fatores Hormonais: Incluem menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade ou primeiro parto após os 35 anos, ausência de lactação e terapia de reposição hormonal (TRH).
  • Hereditariedade: História familiar de câncer de mama, especialmente em parentes de primeiro grau, câncer de mama na pré-menopausa, casos em homens e câncer de ovário.
  • Outros Fatores: Origem judaica Asquenazi, lesões proliferativas de alto risco, síndrome metabólica, obesidade e ingestão alcoólica. A atividade física regular pode reduzir o risco.

Diante dessa análise, podemos perceber que o câncer passa por diferentes estágios e apresenta diferentes gravidades.

"Fluxograma de rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas de risco habitual. Indicações variam por faixa etária (< 40 anos, 40-74 anos e > 74 anos) e condições como expectativa de vida e densidade mamária, com recomendações como mamografia anual, USG complementar ou não rastrear. Focado em boas práticas médicas e triagem eficiente.
Rastreamento de câncer de mama – risco habitual | Acervo de ilustrações do Grupo MedCof

Como tratar o Câncer de Mama?

O tratamento do câncer de mama pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapias direcionadas, dependendo do tipo e estágio do tumor.

Cirurgia

A cirurgia pode envolver a remoção do tumor (setorectomia) ou a remoção completa da mama (mastectomia). A abordagem cirúrgica da axila pode incluir a biópsia do linfonodo sentinela ou a dissecção axilar, dependendo da extensão da doença.

Radioterapia

A radioterapia é frequentemente utilizada após a cirurgia para reduzir o risco de recidiva local. Tem realização em diferentes regimes, incluindo hipofracionamento e ultra-hipofracionamento.

Quimioterapia e Terapias Sistêmicas

A quimioterapia pode ser administrada antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante) a cirurgia. Tumores luminais geralmente recebem hormonioterapia, enquanto tumores HER2 positivos recebem terapia anti-HER2. Tumores triplo negativos são tratados principalmente com quimioterapia, embora novas opções, como imunoterapia, estejam sendo exploradas.

Hormonioterapia

A hormonioterapia possui indicação para tumores que expressam receptores hormonais (RE/RP). Medicamentos como tamoxifeno e inibidores de aromatase são utilizados para reduzir o risco de recidiva.

Terapias Direcionadas

Para tumores HER2 positivos, terapias direcionadas como trastuzumabe, pertuzumabe e T-DM1 são utilizadas para melhorar o prognóstico.

Ilustração de radioterapia médica com equipamento de alta precisão. Feixe de luz vermelho direciona o tratamento ao tórax do paciente deitado, enquanto uma tela exibe a área do tumor alvo. Representação clara do processo de terapia por radiação para combater tumores localizados.
Mulher realizando a mamografia. | Acervo de ilustrações do Grupo MedCof.

Tipos de Câncer de Mama

O câncer de mama pode ser classificado em diferentes tipos, dependendo do tipo de célula cancerígena e formas de se espalhar. Veja a seguir:

Carcinoma Ductal In Situ

O Carcinoma Ductal In Situ (CDIS) é uma lesão precursora do câncer de mama, caracterizada pela proliferação de células neoplásicas dentro dos ductos mamários sem a ruptura da membrana basal. Esta condição pode evoluir para câncer invasivo se não tratada, com um risco de 14% a 46% em 10 anos.

O seu diagnóstico ocorre através de exames de rastreamento, como mamografias, que frequentemente revelam microcalcificações irregulares.

O tratamento geralmente envolve cirurgia, que pode ser uma setorectomia ou mastectomia, dependendo da extensão da lesão. A margem cirúrgica recomendada é de pelo menos 2mm. Já a biópsia do linfonodo sentinela, não possui recomendação de rotina, mas pode ser considerada em pacientes de alto risco. Para os pacientes submetidos à setorectomia, é indicado a radioterapia, que reduz em 50% as recidivas locais.

Doença de Paget

A Doença de Paget da mama é uma condição rara, representando 1 a 3% das neoplasias malignas de mama. Está frequentemente associada ao carcinoma invasor e ao CDIS, com uma alta prevalência de grau histológico elevado, receptor hormonal negativo e HER2 positivo. Geralmente os sintomas incluem:

  • Prurido;
  • Eczema no mamilo – podendo evoluir para crostas e ulcerações.

Para diagnosticar este tipo, é realizado um exame anatomopatológico, utilizando técnicas como punch ou core biopsy, além de exames de imagem como mamografia e ultrassonografia das mamas.

O tratamento envolve a retirada da lesão com margem, que pode ser realizada através de setorectomia do setor central ou mastectomia, dependendo da extensão da doença.

Classificação e Estadiamento do Câncer de Mama

O câncer de mama tem classificação em diferentes subtipos com base em características histológicas e moleculares:

  • Luminal A: Muito sensível à hormonioterapia, melhor prognóstico, mais comum (40%), positivo para RE/RP, negativo para HER2, Ki67 baixo (< 14%).
  • Luminal B: Positivo para RE/RP, HER2 negativo, Ki67 > 14%.
  • Luminal Híbrido (ou Luminal HER): RE/RP positivo, HER2 positivo, Ki67 qualquer.
  • Triplo Negativo: RE/RP negativo, HER2 negativo, Ki67 qualquer.
  • HER2 Positivo: RE/RP negativo, HER2 positivo, Ki67 qualquer.

O estadiamento do câncer de mama ocorre com base no sistema TNM (Tamanho do tumor, Linfonodos acometidos, Metástase). Este sistema ajuda a determinar a extensão da doença e a planejar o tratamento adequado.

Mutações genéticas do câncer de mama

Em mulheres, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 predispõem ao desenvolvimento de câncer de mama e ovário. Já nos homens, a presença de mutação no gene BRCA2 predispõe o desenvolvimento de câncer de mama e próstata.

Quando realizar o teste genético?

O teste genético pode ser sugerido ao paciente que apresentar risco de mutação de no mínimo 10%. Porém, após sugerir a possibilidade de realizar o teste, deve-se orientar sobre as implicações que essa ação terá na vida do paciente. 

O National Comprehensive Cancer Network (NCCN) selecionou alguns critérios para classificar os pacientes como classificáveis para realização do teste genético. São eles:

  • Indivíduos de família sabidamente com mutação deletéria em BRCA1/BRCA2.
  • História pessoal de câncer de mama + 1 das seguintes condições:
  • Diagnóstico com ≤ 45 anos.
  • Diagnóstico ≤ 50 anos com ≥ 1 parente próximo com câncer de mama ≤ 50 anos de idade e/ou ≥ 1 parente próximo consanguíneo com CA epitelial de ovário em qualquer idade.
  • 2 cânceres primários de mama quando o 1º tiver ocorrido com ≤ 50 anos.
  • Diagnóstico com ≤ 60 anos de câncer de mama triplamente negativo.
  • Diagnóstico com ≤ 50 anos + história familiar limitada.
  • Diagnóstico em qualquer idade, com ≥ 2 parentes consanguíneos com câncer de mama e/ou epitelial de ovário em qualquer idade.
  • Parente próximo do sexo masculino com câncer de mama.
  • Indivíduos com etnia associada a maior frequência de mutação (p. ex., judeus asquenazi).
  • História pessoal de câncer epitelial de ovário.
  • Sexo masculino com história pessoal de câncer de mama.
  • História pessoal de câncer de pâncreas em qualquer idade com ≥ 2 parentes consanguíneos com câncer de mama e/ou ovário e/ou câncer de pâncreas em qualquer idade.

Levando em conta apenas a História familiar, é importante ressaltar os seguintes casos:

  • Em parente de 1º ou 2º grau com qualquer um dos critérios acima.
  • Parente de 3º grau com câncer de mama e/ou ovário com ≥ 2 parentes próximos com câncer de mama (no mínimo um câncer de mama ≤ 50 anos de idade) e/ou câncer de ovário.

Ao final de tamanha pesquisa e no caso de testes genéticos positivos, familiares de risco com base na genealogia devem ser identificados e o paciente deve ser incentivado a contar a sua família e incentivar o rastreio.

Como proceder diante de uma mutação genética?

Pacientes com mutação confirmada devem ser esclarecidos sobre a possibilidade de realizar mastectomia bilateral profilática, com o intuito de diminuir o risco de desenvolvimento de câncer.

O risco residual pós-cirúrgico costuma ser < 10%. Caso o paciente não deseje realizar a profilaxia, o acompanhamento deve ser anual através de mamografia, a partir dos 25 anos. Além disso, é recomendado o exame clínico das mamas duas vezes por ano.

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