Sendo uma especialidade, muitas vezes, pouco conhecida, a Foniatria se alinha diretamente ao trabalho com a área da otorrinolaringologia, direcionando seus serviços ao tratamento e acompanhamento de distúrbios que afetam a linguagem e comunicação humana.
O que faz o médico foniatra?
O profissional foniatra acompanhará pacientes que apresentam, de alguma maneira, dificuldades relacionadas à comunicação humana, ou seja, a distúrbios relacionados à voz, audição, linguagem, fala e, até mesmo, ao aprendizado.
O trabalho do foniatra se estende a diferentes públicos, desde bebês que apresentam com dificuldades no desenvolvimento de fala, a idosos que, em decorrência de algum acometimento, possam apresentar problemas em sua comunicação.
Portanto, essa subespecialidade se mostra cada vez mais importante, evidenciando a importância do conhecimento profissional prévio também de outras áreas, como a psicologia, fonoaudiologia e, por vezes, de outras especialidades médicas.
Dentre os principais problemas abordados na Foniatria, podemos destacar disfonias, disfemia (gagueira), disartrias, tinnitus e transtorno da comunicação social (pragmática). Confira abaixo uma definição para cada um:
- Disfonias: transtornos que atingem diretamente a produção vocal do indivíduo, alterando a maneira como a voz é emitida e, consequentemente, gerando ruídos na compreensão do que está sendo falado. A ocorrência desses casos podem acontecer por conta de diferentes fatores, como psicogênicos, orgânicos ou funcionais.
- Disfemia: popularmente conhecida como “gagueira”, a disfemia é caracterizada como um distúrbio que aflige a fluência e o ritmo da fala, ocasionando a repetição de sílabas ou, até mesmo, de palavras completas.
- Disartrias: problemas que afetam a articulação, respiração, fonância e a ressonância da fala. Esses transtornos, muitas vezes de origem motora, causam uma fala irregular, com alterações nos tons, velocidade e força da voz.
- Tinnitus: corresponde a zumbidos constantes nos ouvidos. Muitas vezes, pode se apresentar com um sintoma de uma outra enfermidade, sendo essa não ocasionada por um fator externo, necessariamente.
- Transtorno da Comunicação Social ou Transtorno da Pragmática: caracterizado pela dificuldade na utilização e compreensão da linguagem para fins sociais. Casos de TCS afetam no entendimento do contexto da linguagem, na adaptação comunicativa e, até mesmo, na interação social.
O que é uma avaliação foniátrica?
Para que sejam identificadas tais dificuldades, é de grande importância que o profissional realize uma avaliação foniátrica que é feita a partir de consultas médicas constantes e com uma grande abrangência de exames e testes.
Toda a avaliação pode durar mais do que somente uma consulta, sendo necessário o retorno ao médico para que sejam estabelecidos diagnósticos e, em alguns casos, procedimentos.
Todo acompanhamento é feito de maneira minuciosa e detalhada, se estendendo para diversos contexto de inserção, por exemplo a interação comunicacional. Além disso, o foniatra estabelece um contato direto com as pessoas do círculo social do paciente, para averiguar o avanço e/ou regresso do caso. A partir desse ponto, são solicitados exames físicos para entender a estrutura, verificar alterações sensoriais, motoras e meios que possam definir a comunicação humana para melhor definir um direcionamento.
Qual é a diferença entre fonoaudiologia e foniatria?
Apesar de serem relacionadas, a foniatria e a fonoaudiologia não são a mesma coisa. A primeira se caracteriza como uma subespecialidade médica da otorrinolaringologia, com direcionamento à avaliação, tratamento e diagnóstico médico de distúrbios que acometem os meios de comunicação e linguagem humana.
A fonoaudiologia corresponde a uma área, sendo essa não médica, na qual é especializada no auxílio , tratamento e prevenção de alterações que afetam a voz, fala e linguagem, porém se limitam a esse padrão. Além disso, não abordam diretamente o aspecto clínico que levaram àquela dificuldade.
Qual o médico que cuida da fala?
Ambas as áreas atuarão com um mesmo direcionamento e, até mesmo, com um mesmo objetivo, mas, para uma abordagem médica, um profissional foniatra precisa ser procurado.
Como mencionado anteriormente, essa especialidade tem como princípio a área da otorrinolaringologia, portanto o conhecimento clínico do médico estará em paralelo com todo o conteúdo abordado nesse segmento.
Quando devo procurar um médico foniatra?
A procura por essa especialidade pode, em muitos casos, proceder a identificação de alguma dificuldade ou problema na comunicação atribuída ao paciente, seja ele um bebê, um adulto ou um idoso.
Portanto, quando identificado qualquer anormalidade nas formas comunicacionais do indivíduo, sejam elas na voz, fala, linguagem ou audição, será necessário o encaminhamento para que um médico especialista possa verificar, acompanhar e, caso havendo alguma efemeridade, seja feito um diagnóstico correto de um possível distúrbio que acomete a pessoa.
Benefícios da foniatria
A foniatria pode assegurar na melhoria da qualidade de vida de um paciente, sendo pela recuperação de uma função ou no tratamento de um problema crônico. Além disso, essa subespecialidade da otorrinolaringologia permite com que atividades simples possam ser feitas sem dificuldades. Confira abaixo alguns dos benefícios da foniatria:
- Qualidade de fala e voz: com a especialidade e o tratamento correto, o paciente conseguirá desenvolver uma melhor articulação no momento de fala, controlando as palavras e obtendo uma melhor fluidez ao se comunicar verbalmente.
- Melhoria na expressão e compreensão: por relacionar diretamente funções de audição e fala, a foniatria pode auxiliar na melhoria desses campos, ajudando na expressão e compreensão do paciente.
- Diagnóstico e prevenção: por meio da foniatria, alguns distúrbios podem ser identificados previamente, estabelecendo um diagnóstico ou prevenção precoce, colaborando com a qualidade de vida do paciente.
- Melhora na aprendizagem: com a efetivação dos processos comunicacionais, o controle de compreensão e aprendizagem também melhora. Essa subespecialidade estabelece uma relação também com outras áreas, dentre elas a de humanidades, o que torna sua importância para o aprendizado e interação.
Quais as áreas de atuação da foniatria?
Tendo como base clínica a otorrinolaringologia, a foniatria abordará, em sua completude, problemas na comunicação humana, a qual permite o profissional médico atuar de maneira direcionada para variados tipos de casos. Confira abaixo quais podem ser eles:
- Distúrbios de voz de fala: tratamentos em casos nos quais a fala da pessoa é afetada, seja por meio de distúrbios ou acometimentos repentinos, por exemplo disfemia e disartrias.
- Distúrbios que acometem a audição: investigação de acometimentos do aparelho auditivo por completo, averiguando a causas e possíveis consequências, assim como, atribuindo um tratamento adequado para o problema. Dentre os casos, podemos destacar a Perda Auditiva Condutiva e o Tinnitus.
- Disfagia: podendo também ser caracterizada como Distúrbios de Deglutição, corresponde a problemas nos quais envolvem o ato de engolir, sejam alimentos, bebidas, medicamentos ou, até mesmo, saliva. Pode ocorrer por conta de fatores genéticos ou incidentes, como AVCs e traumas. São exemplos dessa área a Disfagia Orofaríngea e a Disfagia Esofágica.
- Reabilitação: por diversos fatores, sejam eles externos ou internos, a comunicação do paciente pode ser afetada de inúmeras maneiras. Com isso, um dos trabalhos do foniatra é garantir meios da recuperação desse indivíduo, permitindo sua melhora na qualidade de vida e uma boa reabilitação, como em casos de acidentes ou AVCs.
Qual o salário de um médico foniatra?
A atribuição de um salário fixo pode mudar conforme tempo de trabalho, local, rotina e, até mesmo, a área de atuação do profissional.
Segundo o portal Salário.com, um médico foniatra recebe em média R$8.219,34 por mês, sendo o teto da especialidade definido em R$14.726,96.
Quanto tempo dura a residência em foniatria?
Sendo uma especialidade com pré-requisito de Otorrinolaringologia, a Foniatria possui somente um ano de duração, abordando os variados conteúdos desta subespecialidade e validando o profissional para o exercício na área.
Como é a residência nessa área?
A capacitação para que o médico possa exercer nesta consiste no estudos anatômicos, compreensão de distúrbios de desenvolvimento da linguagem, interpretação e aplicação de exames foniátricos e o conhecimento prévio advindo da otorrinolaringologia.
Como é o mercado de trabalho em foniatria?
Sendo uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a Foniatria ainda é pouco conhecida, mas de grande importância para o meio médico e social.
Após a resolução de nº 1785/2006 do CFM, a foniatria, que antes era reconhecida como especialidade médica separada, se torna uma área de atuação da otorrinolaringologia, sendo assim necessário como pré-requisito a residência médica nesta especialidade.
Veja a resolução no documento abaixo:
Como é a rotina de um médico foniatra?
O trabalho do médico foniatra pode variar de acordo com sua escolha, podendo este ser exercido em um hospital ou em clínicas.
O dia-a-dia consiste na realização de exames, avaliações, diagnósticos clínicos, procedimentos e repasses para tratamentos clínicos.
Como se tornar um médico especialista em foniatria?
O primeiro passo para se especializar em Foniatria, como já mencionado, é necessário realizar residência médica em otorrinolaringologia. Após isso, e realizada a prova para área de atuação, o profissional inicia no curso dessa especialidade.
Além do conhecimento prévio da especialidade de otorrinolaringologia, o médico foniatra precisará ter a capacidade de compreender diferentes áreas que se relacionam com o estudo da comunicação humana. Dessa forma, a abrangência sob a especialidade será ainda maior.
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