Dados mostram aumento da espera por tratamento de câncer no SUS

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Pacientes enfrentam atrasos que ultrapassam seis meses, apesar da Lei dos 60 dias

O que diz a lei

A chamada Lei dos 60 dias, sancionada em 2012, garante que pacientes com diagnóstico confirmado de câncer tenham o início do tratamento em até dois meses. A medida foi criada justamente para evitar que a doença avance enquanto o paciente aguarda por cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.

Na prática, no entanto, os prazos não vêm sendo cumpridos em boa parte do país.

Retrato atual

Levantamentos recentes mostram que a espera para atendimento oncológico no SUS tem se estendido muito além do previsto em lei. Segundo o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), pacientes aguardam em média 50 dias apenas para a confirmação do diagnóstico e até 75 dias para começar o tratamento.

Em alguns estados, a situação é ainda mais crítica. Em São Paulo, por exemplo, dados de março de 2025 apontam fila de mais de 2,5 mil cirurgias oncológicas, com tempo médio de espera de 161 dias, mais de cinco meses.

As disparidades regionais também são marcantes: enquanto centros do Sudeste oferecem maior volume de serviços, o Norte e o Nordeste registram os maiores atrasos, devido à falta de infraestrutura e de profissionais especializados.

Impactos para os pacientes

Cada semana de atraso pode significar avanço da doença e redução das chances de cura

Além disso, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o tratamento pode ficar até 37% mais caro quando o diagnóstico é feito em estágio avançado.

Ou seja, a demora prejudica não apenas os pacientes e suas famílias, mas também gera maior pressão financeira sobre o sistema de saúde.

Mudanças previstas

Para tentar reduzir as filas, o Ministério da Saúde anunciou medidas como o programa Agora Tem Especialistas, que busca ampliar a oferta de consultas e exames, e a incorporação de novos medicamentos oncológicos ao SUS a partir de 2025.

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