Intoxicação por metanol em SP: mortes sobem para 6, entenda sintomas e consequências

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Em cerca de 25 dias, São Paulo registrou nove casos de intoxicação por metanol, resultando em cinco mortes, segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP).

O Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo confirmou seis casos desde junho de 2025, incluindo duas mortes na capital e no ABC Paulista. Dez casos seguem em investigação, ligados ao consumo social de bebidas alcoólicas adulteradas como gin, whisky e vodka.

Sintomas

Segundo o Dr. Darizon Filho, médico de família e comunidade pela UNIFESP, os primeiros sintomas diante de uma suspeita de intoxicação por metanol são: sonolência, cefaleia, vertigem, tontura, dores abdominais, náuseas, vômitos e alterações visuais.

Além disso, casos mais graves podem evoluir com convulsões, coma, acidose metabólica grave e até mesmo morte.

“O tratamento precoce pode impedir os desfechos mais sérios. É importante ressaltar que casos de intoxicação alimentar, mesmo na suspeita, são de notificação compulsória imediata ao SINAN. São ações de vigilância que nos permitem enfrentar desafios contra a saúde pública como esse”
– Dr. Darizon Filho

Tratamento

O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, pois a eficácia decai com o tempo. Idealmente antes que o metanol seja metabolizado em ácido fórmico. A letalidade pode ultrapassar 30% nos casos graves com cuidados tardio.

Diante do aumento de ocorrências, o Ministério da Saúde determinou notificação imediata de todos os casos suspeitos, mesmo antes da confirmação do diagnóstico.

A medida obriga profissionais e serviços de saúde a comunicarem os casos aos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) estaduais, com o objetivo de detectar rapidamente surtos e orientar ações de controle.

Entenda mais sobre os casos de intoxicação assistindo o vídeo feito pelo nosso especialista!

Diferença entre etanol e metanol

Quimicamente, o metanol (CH₃OH) é semelhante ao etanol (C₂H₅OH): ambos são líquidos incolores e inflamáveis, com cheiro similar.

A principal diferença está no metabolismo. No fígado, o metanol é transformado em formaldeído e, em seguida, em ácido fórmico. Essa substância é o agente tóxico responsável por causar acidose metabólica e danos celulares, afetando especialmente o sistema nervoso central, a retina e o nervo óptico.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base em critérios clínicos e epidemiológicos: relato de ingestão de bebida alcoólica de origem duvidosa, presença de sintomas sugestivos e ocorrência de casos semelhantes.


Exames laboratoriais úteis incluem gasometria arterial, eletrólitos, função renal, lactato, além da dosagem de metanol ou ácido fórmico em laboratórios especializados.


Exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, podem auxiliar em casos com comprometimento neurológico, mas não substituem a avaliação clínica e laboratorial.

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