

A síndrome nefrítica e a síndrome nefrótica são duas apresentações distintas de doenças glomerulares, cada uma com características clínicas, laboratoriais e fisiopatológicas próprias.
A síndrome nefrítica é marcada principalmente por inflamação glomerular, levando a hematúria, proteinúria leve a moderada, redução da taxa de filtração glomerular e, muitas vezes, hipertensão arterial.
Já a síndrome nefrótica caracteriza-se por lesão da barreira de filtração glomerular com perda maciça de proteínas na urina, resultando em proteinúria intensa, hipoalbuminemia, edema generalizado e dislipidemia.
Diferenciar esses dois quadros é essencial para direcionar o diagnóstico, a investigação da causa e a escolha do tratamento mais adequado, prevenindo complicações e preservando a função renal.
Anatomia e fisiologia renal
Os rins são órgãos responsáveis por filtrar o sangue, remover resíduos e manter o equilíbrio de água, sais minerais e substâncias essenciais para o corpo. Essa filtragem ocorre principalmente nos glomérulos, pequenas redes de capilares localizadas dentro das unidades funcionais do rim, chamadas néfrons.
O glomérulo funciona como uma “peneira ultrafina” formada por três camadas: o endotélio capilar, a membrana basal glomerular e os podócitos (células especializadas com prolongamentos chamados pedicelos). Essa barreira de filtração glomerular é seletiva, pois permite a passagem de água e pequenas moléculas (como eletrólitos e glicose), mas bloqueia elementos maiores, como proteínas e células sanguíneas.
Em condições normais, proteínas como a albumina permanecem no sangue porque:
- São grandes demais para atravessar os poros da barreira.
- Possuem carga elétrica negativa, repelida pela membrana basal glomerular, que também é negativamente carregada.
Na síndrome nefrótica, ocorre lesão nessa barreira — especialmente nos podócitos e na membrana basal —, o que aumenta sua permeabilidade. É como se a “peneira” tivesse buracos maiores e perdesse parte do seu filtro elétrico, permitindo que proteínas, especialmente a albumina, escapem para a urina (proteinúria maciça).
A albumina e outras proteínas plasmáticas têm funções vitais, como manter a pressão oncótica (que evita a saída excessiva de líquido dos vasos para os tecidos), transportar hormônios, ácidos graxos e medicamentos, além de participar de processos de defesa. Quando essas proteínas se perdem em excesso, surgem manifestações como edema e maior suscetibilidade a infecções.
Síndrome Nefrítica
A síndrome nefrítica é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes de inflamação glomerular, que compromete a capacidade de filtração dos rins. O quadro clínico clássico inclui:
- Hematúria (sangue na urina), frequentemente visível, dando coloração “coca-cola” ou “lavagem de carne”.
- Proteinúria leve a moderada.
- Oligúria (diminuição do volume urinário).
- Hipertensão arterial associada à retenção de sódio e água.
- Edema, geralmente discreto, predominando na face e pálpebras pela manhã.
Nos exames, podem ser observados: redução da taxa de filtração glomerular, presença de cilindros hemáticos na urina e aumento de ureia e creatinina em casos mais graves.
Classificação
- Glomerulonefrite aguda pós-infecciosa – geralmente após infecção estreptocócica de garganta ou pele.
- Glomerulonefrite rapidamente progressiva (crescentic) – evolução acelerada para perda de função renal, frequentemente associada a doenças autoimunes.
- Glomerulonefrite crônica – inflamação persistente e de lenta progressão, levando à perda gradual da função renal.
- Síndromes nefríticas secundárias – associadas a doenças sistêmicas, como lúpus eritematoso sistêmico ou vasculites.
Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome nefrítica é baseado na associação entre achados clínicos e resultados laboratoriais, permitindo confirmar a presença de inflamação glomerular e investigar sua causa. Os principais elementos incluem:
Avaliação clínica
- Identificação dos sintomas clássicos: hematúria, edema, hipertensão, oligúria.
- Investigação de infecções recentes ou doenças sistêmicas associadas.
Exames laboratoriais
- EAS (urina tipo 1): hematúria, proteinúria leve a moderada, cilindros hemáticos.
Função renal: dosagem de creatinina e ureia para avaliar a taxa de filtração glomerular. - Exames complementares: sorologia para infecções (estreptococo, hepatites), autoanticorpos (ANA, ANCA, anti-DNA) e dosagem de complemento (C3 e C4).
Exames de imagem e histologia
- Ultrassonografia renal para avaliar tamanho e estrutura dos rins.
- Biópsia renal quando há dúvida diagnóstica ou suspeita de formas graves ou atípicas, permitindo confirmar o tipo e a extensão da lesão glomerular.
O diagnóstico preciso não apenas confirma a síndrome, mas também direciona a investigação etiológica e a escolha do tratamento.
Fisiologia
Na síndrome nefrítica, o processo central é a inflamação dos glomérulos, que compromete a barreira de filtração renal. Essa barreira é formada pelo endotélio capilar, pela membrana basal glomerular e pelos podócitos, atuando como um filtro seletivo que retém proteínas e células sanguíneas no plasma enquanto permite a passagem de água e pequenas moléculas. A inflamação provoca:
- Lesão da membrana basal glomerular, aumentando sua permeabilidade a células sanguíneas (hemácias) e proteínas.
- Proliferação celular e acúmulo de material inflamatório dentro dos capilares glomerulares, reduzindo o fluxo sanguíneo.
- Retenção de sódio e água, resultando em hipertensão e edema.
O resultado é uma diminuição da taxa de filtração glomerular e a presença de elementos anormais na urina, como hemácias e proteínas. A intensidade dessas alterações depende da gravidade e extensão da inflamação glomerular.
Tratamento
O manejo da síndrome nefrítica envolve medidas gerais para controle dos sintomas, prevenção de complicações e tratamento direcionado à causa subjacente. As principais abordagens incluem:
- Tratamento da causa específica
- Uso de antibióticos em casos de glomerulonefrite pós-estreptocócica ou outras infecções bacterianas.
- Imunossupressores (como corticoides e ciclofosfamida) em doenças autoimunes e vasculites associadas.
- Controle dos sintomas e prevenção de progressão
- Anti-hipertensivos (como IECA ou BRA) para manter a pressão arterial sob controle e proteger a função renal.
- Diuréticos para reduzir edema e sobrecarga de volume.
- Manejo das complicações
- Monitorar e corrigir distúrbios hidroeletrolíticos.
- Tratar rapidamente sinais de insuficiência renal aguda.
- Modificações na dieta
- Restrição moderada de sal para controle do edema e da pressão arterial.
- Ajuste da ingestão de proteínas conforme a função renal.
- Controle do potássio e do fósforo em casos de disfunção renal significativa.
- Acompanhamento contínuo
- Reavaliações periódicas com exames laboratoriais e de imagem para monitorar evolução e resposta ao tratamento.
Complicações da síndrome nefrótica
A síndrome nefrótica não tratada ou mal controlada pode levar a complicações significativas.. O edema grave e até anasarca ocorre pela perda de albumina, que reduz a pressão oncótica plasmática e favorece o acúmulo de líquido nos tecidos, podendo causar dificuldade respiratória e ganho rápido de peso. O tratamento inclui controle da proteinúria, restrição de sal, uso criterioso de diuréticos e, em casos graves, infusão de albumina.
Outra complicação frequente é a trombose venosa e a embolia pulmonar, decorrentes da perda de proteínas anticoagulantes e do aumento da coagulação. Esses eventos podem se manifestar com dor e inchaço em membros ou falta de ar súbita. A prevenção envolve hidratação adequada, mobilização e uso de anticoagulantes em pacientes de alto risco.
As infecções recorrentes são favorecidas pela perda de imunoglobulinas, tornando o paciente mais suscetível a pneumonias, infecções urinárias e celulite. A prevenção inclui vacinação atualizada, tratamento precoce de infecções e cuidados com higiene. Também pode ocorrer desnutrição proteica, especialmente em crianças, levando à perda de massa muscular, fadiga e atraso no crescimento, o que exige acompanhamento nutricional e correção da proteinúria.
Por fim, a dislipidemia grave é comum, já que o fígado aumenta a produção de lipoproteínas para compensar a perda proteica, elevando colesterol e triglicerídeos e aumentando o risco cardiovascular. Medidas preventivas incluem dieta equilibrada, atividade física e uso de medicamentos hipolipemiantes quando necessário.
Prognóstico e qualidade de vida
O prognóstico da síndrome nefrótica depende diretamente da causa subjacente, da resposta ao tratamento e da presença de complicações. Em formas primárias tratadas precocemente, especialmente em crianças, a evolução costuma ser favorável, com possibilidade de remissão completa.
Já nos casos secundários a doenças sistêmicas ou crônicas, como diabetes e lúpus, o prognóstico pode ser mais reservado, exigindo acompanhamento contínuo para prevenir a progressão para insuficiência renal crônica.
A condição pode impactar de forma significativa a qualidade de vida, devido a sintomas como edema, fadiga, infecções recorrentes e restrições alimentares. Além das limitações físicas, o paciente pode enfrentar insegurança, ansiedade e baixa autoestima, especialmente quando há alterações visíveis no corpo. Por isso, é fundamental adotar estratégias que contemplem não apenas o tratamento médico, mas também o bem-estar emocional e social.
Manter hábitos de vida saudáveis, seguir as orientações médicas, participar de atividades adaptadas e respeitar os limites do corpo ajudam a reduzir sintomas e melhorar o dia a dia. É importante também buscar informações claras sobre a doença, o que favorece a adesão ao tratamento e o protagonismo do paciente no próprio cuidado.O suporte familiar e psicológico tem papel essencial nesse processo. A presença de familiares engajados e de profissionais de saúde mental contribui para o enfrentamento da doença, reduz o estresse e auxilia na adaptação às mudanças impostas pelo tratamento e pela própria condição.
Síndrome Nefrótica
A síndrome nefrótica é caracterizada pela perda massiva de proteínas na urina devido a alterações na barreira de filtração glomerular. Os principais sinais e sintomas incluem:
- Edema generalizado, especialmente em face, tornozelos e abdômen, podendo evoluir para anasarca.
- Proteinúria intensa e maior que 3,5 g/24h).
- Hipoalbuminemia e hiperlipidemia.
- Fadiga e mal-estar, decorrentes da perda proteica e do edema.
- Maior suscetibilidade a infecções, devido à perda de imunoglobulinas na urina.
Classificação
- Primária ou idiopática – lesão glomerular isolada, sem doença sistêmica associada, incluindo:
- Nefropatia por lesão mínima;
- Glomerulosclerose segmentar e focal;
- Glomerulonefrite membranosa.
- Secundária – causada por doenças sistêmicas ou fatores externos, como:
- Diabetes mellitus;
- Lúpus eritematoso sistêmico;
- Amiloidose;
- Infecções crônicas (hepatite B, HIV);
- Medicamentos ou toxinas.
- Congênita ou genética – formas raras, presentes desde o nascimento ou infância precoce, associadas a mutações em genes relacionados à função glomerular.
Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome nefrótica envolve uma combinação de avaliação clínica, exames laboratoriais e, em alguns casos, exames de imagem ou biópsia renal para confirmar a causa subjacente.
Exames laboratoriais principais:
- Análise de urina (EAS e proteinúria de 24 horas): identifica a perda maciça de proteínas, caracterizando a proteinúria nefrótica.
- Exames de sangue: dosagem de albumina sérica, colesterol, triglicerídeos e imunoglobulinas.
- Avaliação da função renal: creatinina e ureia séricas para monitorar a taxa de filtração glomerular e detectar insuficiência renal associada.
Exames de imagem:
- Ultrassonografia renal para avaliar tamanho, ecogenicidade e estrutura dos rins, identificando alterações crônicas ou anatômicas.
Biópsia renal:
- Indicada quando há diagnóstico incerto, proteinúria persistente, formas graves, resposta insatisfatória ao tratamento ou suspeita de doença secundária.
- Permite identificar o tipo histológico da lesão glomerular, diferenciando formas primárias, secundárias ou genéticas da síndrome nefrótica, e orientando o tratamento específico.
O diagnóstico preciso não apenas confirma a síndrome, mas também é essencial para definir a estratégia terapêutica adequada e prevenir complicações a longo prazo.
Tratamento da Síndrome Nefrótica
O manejo da síndrome nefrótica envolve abordagens direcionadas à causa subjacente, controle dos sintomas, prevenção de complicações e manutenção da função renal:
- Tratamento da causa específica
- Primária/idiopática: uso de corticoides e, em alguns casos, imunossupressores (ciclofosfamida, ciclosporina, micofenolato) conforme o tipo histológico e resposta ao tratamento.
- Secundária: manejo da doença de base, como controle rigoroso do diabetes, tratamento de lúpus ou suspensão de medicamentos nefrotóxicos.
- Controle dos sintomas
- Diuréticos para reduzir edema e sobrecarga de líquidos.
- Anti-hipertensivos (principalmente IECA ou BRA) que também protegem a função renal e reduzem a proteinúria.
- Manejo das complicações
- Infecções: prevenção com vacinação e tratamento precoce.
- Tromboses: anticoagulação em pacientes de alto risco.
- Dislipidemia: dieta equilibrada e, se necessário, uso de hipolipemiantes.
- Modificações na dieta
- Restrição de sal para controle do edema e da pressão arterial.
- Ajuste a ingestão de proteínas, evitando tanto a deficiência quanto a sobrecarga renal.
- Controle de lipídios em casos de dislipidemia associada.
- Acompanhamento contínuo
- Reavaliações periódicas com exames laboratoriais e de imagem para monitorar a evolução da doença, a resposta ao tratamento e prevenir complicações de longo prazo.
Principais diferenças entre síndrome nefrótica e nefrítica
A síndrome nefrótica e a síndrome nefrítica são manifestações distintas de doenças glomerulares, e compreender suas diferenças é essencial para diagnóstico, investigação etiológica e tratamento adequado.
Aspecto | Síndrome Nefrótica | Síndrome Nefrítica |
Principais sintomas | Edema generalizado (face, tornozelos, abdômen), fadiga, aumento do risco de infecções | Hematúria visível ou microscópica, edema leve, hipertensão, oligúria |
Alterações laboratoriais | Proteinúria maciça (>3,5 g/24h), hipoalbuminemia, hiperlipidemia, risco de trombose | Proteinúria leve a moderada, hematúria com cilindros hemáticos, redução da taxa de filtração glomerular, possível elevação de ureia e creatinina |
Mecanismo fisiopatológico | Lesão da barreira de filtração glomerular, principalmente podócitos e membrana basal, permitindo perda maciça de proteínas | Inflamação glomerular que danifica a membrana basal, permitindo passagem de células sanguíneas e pequenas proteínas |
Causas mais comuns | Primária: lesão mínima, glomerulosclerose segmentar e focal, membranosa; Secundária: diabetes, lúpus, amiloidose, infecções | Pós-infecciosa (estreptococo), glomerulonefrite rapidamente progressiva, doenças autoimunes (lúpus, vasculites) |
Aparência da urina | Normal ou levemente turva, geralmente sem sangue visível | Coloração “coca-cola” ou “lavagem de carne” devido à presença de sangue |
Prognóstico | Geralmente bom em formas primárias tratadas; reservado em doenças secundárias ou crônicas | Boa evolução em glomerulonefrite pós-infecciosa, mas pode evoluir para insuficiência renal em formas graves ou crônicas |
Abordagem terapêutica | Controle da proteinúria, tratamento da causa, manejo do edema e complicações, ajustes na dieta, imunossupressores se indicado | Tratamento da causa (antibióticos, imunossupressores), controle de hipertensão, manejo do edema, suporte renal se necessário |
Biópsia renal: quando é necessária?
A biópsia renal é um procedimento no qual uma pequena amostra do tecido renal é retirada, geralmente por agulha sob orientação de ultrassonografia, para análise histológica detalhada.
Nem todos os casos de síndrome nefrótica e nefrítica requerem biópsia; ela é mais indicada em adultos, em apresentações atípicas, em casos graves, refratários ao tratamento ou quando há suspeita de doença secundária.
A análise histológica permite identificar o tipo específico de lesão glomerular, diferenciando formas primárias, secundárias ou genéticas, além de orientar a escolha do tratamento mais adequado e fornecer informações sobre o prognóstico.
Complicações das síndromes nefrótica e nefrítica não tratadas
O não tratamento ou o manejo inadequado das síndromes nefrótica e nefrítica pode levar a complicações graves, que variam conforme o tipo de síndrome:
Síndrome Nefrótica:
- Trombose venosa, devido à perda de proteínas anticoagulantes na urina.
- Infecções bacterianas graves, pela redução de imunoglobulinas e comprometimento da defesa imunológica.
- Insuficiência renal, quando a proteinúria persistente causa dano glomerular progressivo.
- Dislipidemia grave, que aumenta o risco cardiovascular a longo prazo.
Síndrome Nefrítica:
- Hipertensão grave, causada pela retenção de sódio e água.
- Encefalopatia hipertensiva, decorrente de elevação intensa da pressão arterial.
- Edema agudo de pulmão, por sobrecarga de líquidos.
- Insuficiência renal aguda rapidamente progressiva (IRA), especialmente em formas crescentes ou graves da doença glomerular.
O reconhecimento precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir essas complicações. Uma abordagem multidisciplinar, envolvendo nefrologista, nutricionista, enfermeiro e equipe de suporte psicológico, contribui para o manejo efetivo, melhora do prognóstico e manutenção da qualidade de vida do paciente.
Prevenção de complicações renais crônicas
Embora algumas formas primárias de síndrome nefrótica e nefrítica sejam de difícil prevenção, muitas complicações renais podem ser evitadas com controle rigoroso de doenças crônicas como diabetes mellitus, hipertensão arterial e lúpus eritematoso sistêmico.
Além disso, é fundamental o uso racional de medicamentos nefrotóxicos e a avaliação regular por um nefrologista, permitindo monitorar a função renal e identificar precocemente alterações que possam levar à doença renal crônica.
Medidas dietéticas também desempenham papel importante na prevenção de complicações. A ingestão adequada de proteínas, controle do sal e acompanhamento nutricional ajudam a reduzir a sobrecarga renal, o edema e o risco cardiovascular.
A adesão ao tratamento prescrito, incluindo medicações, ajustes alimentares e consultas de acompanhamento, é essencial para manter a função renal, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente.
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