

As glomerulopatias são temas bastante frequentes na enfermaria clínica e nas provas de residência, portanto, esse post vai te ajudar a nunca mais se confundir entre síndrome nefrítica e síndrome nefrótica!

Síndrome Nefrítica
Decorrente da inflamação dos glomérulos, pode ser identificada por proteinúria intensa, hipoalbuminemia, edema e hiperlipidemia. Por ser uma síndrome, ela pode estar presente em várias doenças primárias e sistêmicas, como Doença por Lesão Mínima, Glomeruloesclerose Segmentar Focal e Nefropatia Membranosa.
Classificação
Existem duas maneiras diferentes: temporal e etiológica. Na classificação temporal, pode ser separada em Aguda ou Crônica.
Na classificação etiológica, pode ser dividida em primária, secundária e monogênica. A Primária se dá em casos idiopáticos, como Doença antimembrana basal glomerular e Glomerulopatia do C3. A Secundária, com maior recorrência prática e acadêmica, decorre de causas sistêmicas, infecciosas ou por uso de drogas, como Glomerulonefrite pós estreptocócica e Doenças de Wegener e Churg-Strauss. A Monogênica é associada aos genes NPHS1, NPHS2 e WT1.
Curiosidade: Essa síndrome, na pediatria, deve alarmar a suspeita para as causas mais comuns na infância, ou seja, as causas pós-infecciosas. Os principais sinais e sintomas relacionados ao quadro agudo são a hematúria (quando cobrado em questão, o enunciado traz macroscópica), Oligúria, Edema, Hipertensão arterial, Proteinúria variável e Azotemia.

Diagnóstico
Vários exames laboratoriais podem ser feitos quando há suspeita da condição, como Urina com pesquisa de dismorfismo ericitário e microscopia urinária com cilindros hemáticos. Os principais achados são os níveis de C3 baixos, apesar do C4 costuma ser normal.

Fisiologia
A cadeia de eventos passa pelas seguintes etapas:
- Processo Inflamatorio Glomerular;
- Redução do TFG;
- Manutenção da reabsorção tubular Na/H20;
- Manutenção Ingestão Hidrossalina;
- Balanço Positivo;
- Expansão do volume circulante efetivo;
- Congestão cardiocirculatória e HA;
- ICC, EAP, crise hipertensiva, LRA.
Tratamento
O tratamento é apenas um suporte ao paciente, o qual serve para buscar a erradicação da cepa nefrogênica. As complicações na região renal podem incluir distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-base advindos de lesão renal aguda. Na área Cardiovascular, há suspeitas quando existe a presença de dispneia, ortopneia, tosse e alterações da ausculta pulmonar, além da hepatomegalia. No tópico Neurológico, há presença de encefalopatia hipertensiva e PRES (Posterior Reversible Encephalopathy Syndrome), nessas o paciente evolui com cefaleia, alteração visual, alterações sensoriais e convulsões.

Síndrome Nefrótica
É uma síndrome clínica caracterizada por hematúria, oligúria, proteinúria, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e alteração da função renal de início súbito.
Classificação
Essa condição pode ser classificada quanto a etiopatogenia (se é primária ou idiopática, hereditária/monogênica ou secundária), quanto a idade de início (congênita, infantil ou na infância), quanto a histopatologia (LHM, GESF e outras) , quanto às recidivas (1 a cada 6 meses ou 1 a 3 a cada 12 meses).
Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir da evidência clínica + laboratorial compatível
- Hemograma: Normal ou Anemia;
- EAS;
- Hematúria micro ou macroscópica + hemácias dismórficas;
- Proteinúria < 3 g/dia;
- Albumina normal ou baixa
- Creatinina, podendo estar normal ou aumentada;
- Complemento: podendo estar consumido
- Crioglobulinas: se presença de púrpura palpável, sintomas sistêmicos ou alteração do complemento;
- Pesquisa de anticorpo anti estreptocócicos após episódio de faringite ou impetigo;
- Sorologias (guiado pela história e clínica): FAN, anti-dna, ANCA, Hemoculturas, Hepatites B e C, Anti-HIV.
A maioria dos casos é primária ou idiopática e apresenta maior acometimento entre os pré-escolares.
Os sinais e sintomas seguem uma tríade marcante: Edema (sintoma de apresentação mais comum) Hiperlipidemia e Hipoalbuminemia. Existem 2 teorias para ocorrência dos achados, sendo elas:
- enchimento deficiente (a proteinúria maciça causa hipoalbuminemia, com isso há diminuição da pressão oncótica. O líquido, então, extravasa para o interstício, o que estimula o sistema renina angiotensina aldosterona e ocorre retenção secundária de sódio.
- transbordamento (começa com retenção primária de Na e aumento do volume intravenoso. O líquido, então, extravasa para o interstício e forma o edema.
Além desses sintomas e sinais, podemos identificar a urina como espumosa, LHM normal ou hipertensão transitória e GESF em hipertensão.

Tratamento
O tratamento varia conforme os sinais e sintomas. Por exemplo, se apresentar edema, é considerado uma dieta assódica, se apresentar sinais de hipovolemia, pode se considerar administração de uma solução para excreção de sódio e de albumina, entre outros casos.
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