Esquistossomose: o que é, sintomas, transmissão, ciclo e tratamento

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Microscopia de amostras com células e parasitas da esquistossomose

A esquistossomose, também conhecida por doença do caramujo, é uma doença parasitária causada por vermes do gênero Schistosoma, e afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Conheça mais sobre a doença neste artigo.

o que é esquistossomose

Fisiopatologia da esquistossomose: sintomas da doença do caramujo

Os sintomas da esquistossomose variam conforme a fase da infecção:

Fase aguda:

  • Febre;
  • Dor abdominal;
  • Diarréia (com ou sem sangue);
  • Cansaço;
  • Tosse;
  • Erupções cutâneas.

Fase crônica:

  • Aumento do fígado e do baço (hepatomegalia e esplenomegalia);
  • Hipertensão portal;
  • Sangramentos intestinais;
  • Ascite (barriga d’água);
  • Complicações no fígado e nos rins.

Etiologia da esquistossomose: agente causador

O agente causador da esquistossomose é o verme Schistosoma, sendo o Schistosoma Mansoni o mais comum no Brasil. Esse parasita se aloja nos vasos sanguíneos do intestino e do fígado, onde libera ovos que podem causar inflamações e fibroses graves nos tecidos.

Transmissão da esquistossomose

A esquistossomose é transmitida quando uma pessoa entra em contato com água doce contaminada com as larvas do parasita. Essas larvas penetram na pele e iniciam o ciclo de infecção.

Os caramujos do gênero Biomphalaria atuam como hospedeiros intermediários, liberando as larvas na água após se infectarem com as larvas presentes nas fezes humanas.

Como é o ciclo da esquistossomose?

O ciclo da esquistossomose é composto por 5 fases:

  1. Ovos eliminados nas fezes chegam à água;
  2. Os ovos liberam miracídios, que infectam o caramujo;
  3. Dentro do caramujo, os parasitas se multiplicam e transformam-se em cercárias;
  4. As cercárias são liberadas na água e penetram na pele humana;
  5. Após entrarem no corpo, migram até os vasos sanguíneos, amadurecem e passam a produzir novos ovos.
Reprodução: https://pressreleases.scielo.org/blog/2022/06/30/complicacoes-cardiacas-da-esquistossomose-podem-causar-incapacidade-a-longo-prazo-e-morte/

Quais são os 3 tipos de esquistossomose?

  1. Esquistossomose Intestinal

A forma mais comum da esquistossomose no Brasil. Afeta o intestino e o fígado, provocando dor abdominal, diarréia com sangue e aumento no fígado.

  1. Esquistossomose Urinária

Mais prevalente na África. Causa inflamações na bexiga e sangue na urina.

  1. Esquistossomose Neurológica

Rara, mas grave. Os ovos atingem o sistema nervoso central, provocando convulsões, paralisias e alterações neurológicas.

Tem cura a doença do caramujo?

Sim, a esquistossomose possui cura, principalmente quando diagnosticada precocemente.

O tratamento adequado evita complicações e reduz a transmissão. Em casos avançados, o tratamento pode aliviar sintomas, mas nem sempre reverte os danos aos órgãos.

Diagnóstico da esquistossomose

Os principais métodos de diagnóstico incluem:

  • Exame parasitológico de fezes (método de Kato-Katz);
  • Biópsia retal (em casos crônicos);
  • Ultrassonografia abdominal;
  • Sorologia (especialmente em casos agudos);
  • Exames laboratoriais gerais, como hemograma e função hepática.
Reprodução: Canva

Tratamento para a esquistossomose

O tratamento padrão é feito com o antiparasitário praziquantel, em dose única ou fracionada, dependendo da gravidade.

Casos crônicos podem exigir acompanhamento multidisciplinar e medidas de suporte, como controle da hipertensão portal e, em situações extremas, cirurgias.

Prevenção da esquistossomose

As principais formas de prevenção incluem:

  • Evitar o contato com água doce de locais suspeitos;
  • Melhorar o saneamento básico;
  • Tratar pacientes infectados para interromper o ciclo;
  • Controlar os caramujos transmissores;
  • Educação em saúde nas comunidades de risco.

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