

Classificação de Mallampati
A avaliação eficiente da via aérea é um passo fundamental para garantir a segurança do paciente em procedimentos médicos e anestésicos. Entre os métodos disponíveis, a classificação de Mallampati se destaca como uma das ferramentas mais utilizadas para identificar o risco de via aérea difícil.
O que é a Classificação de Mallampati?
A classificação de Mallampati avalia a visibilidade das estruturas orais, especialmente em relação à posição da língua, ajudando a prever eventuais dificuldades no manejo da via aérea. Essa avaliação rápida e não invasiva é considerada essencial durante a consulta pré-anestésica e em situações clínicas críticas.

Como funciona a Classificação de Mallampati?
A classificação de Mallampati é dividida em quatro classes, baseadas na visualização da orofaringe quando o paciente abre a boca e protrui a língua, sem emitir som:
- Classe I: Visíveis úvula, pilares amigdalinos e palato mole;
- Classe II: Visíveis úvula e palato mole;
- Classe III: Só o palato mole e base da úvula são visíveis;
- Classe IV: Apenas o palato duro é visível; úvula e palato mole ausentes ao exame.
*Mallampati 0: Caso raro em que a epiglote é visível espontaneamente.
Prevalência e Importância da Via Aérea Difícil
Embora a prevalência da via aérea difícil seja de aproximadamente 5% na população geral, reconhecer esse cenário é vital. Uma avaliação precisa permite planejar intervenções e evitar complicações graves durante a intubação ou outras abordagens respiratórias.
Principais Indicadores de Via Aérea Difícil
- Anamnese Detalhada
Fique atento a sinais de alerta na história clínica do paciente, como:
- Insucesso prévio em anestesia ou intubação;
- Presença de doenças crônicas (diabetes, hipotireoidismo);
- Obesidade;
- Apneia obstrutiva do sono;
- Alterações odontológicas.
Esses fatores aumentam significativamente o risco de complicações na via aérea.
- Exame Físico Direcionado
Durante o exame físico da via aérea, diferentes pontos devem ser observados:
- Dentição: Incisivos superiores longos, protrusão da arcada superior, má projeção mandibular e distância interincisivos <3 cm dificultam o acesso;
- Visibilidade da Úvula e Palato: Úvula não visível ao protruir a língua e palato estreito ou arqueado apontam para possíveis desafios;
- Espaço Mandibular: Firmeza, massas ou distância tireomentoniana inferior a três dedos indicam menor complacência;
- Pescoço: Pescoço curto, grosso ou com mobilidade reduzida dificulta o posicionamento adequado.
- Upper-Lip Bite Test: é um teste rápido e simples usado para avaliar a dificuldade de intubação antes do procedimento. Ele analisa a mobilidade da mandíbula e a presença de obstruções anatômicas.

Por que avaliar a via aérea com a Classificação de Mallampati?
Utilizar a classificação de Mallampati, combinada a outros parâmetros físicos e históricos, possibilita a identificação precoce de desafios e a adoção de estratégias para garantir a segurança do paciente. Essa abordagem sistemática reduz riscos em procedimentos como intubação orotraqueal e anestesia.
Classificação de Cormack-Lehane
Esse sistema classifica o grau de visualização das cordas vocais durante a laringoscopia direta, sendo útil para prever a facilidade ou dificuldade da intubação traqueal.
Classificação:
- Grau I: Visualização completa das cordas vocais.
→ Intubação fácil. - Grau II:
- IIa: Visualização parcial das cordas vocais.
- IIb: Apenas a epiglote é visível (cordas vocais não são vistas).
→ Pode ser necessário usar dispositivos auxiliares, como o bougie.
- IIa: Visualização parcial das cordas vocais.
- Grau III: Apenas a epiglote é visível, e não é possível ver a glote.
→ Intubação mais difícil. - Grau IV: Nenhuma estrutura da glote ou epiglote é visível.
→ Intubação extremamente difícil; contraindicada tentativa com bougie.
Na prática, temos:
- Grau IIb e III: geralmente indicam necessidade de auxílio, como bougie.
- Grau IV: indica via aérea muito difícil → considerar alternativas como dispositivos supraglóticos ou via aérea cirúrgica.

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