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sexta-feira, 20 junho
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Relação de vagas de residência médica: 30% estão desocupadas

Imagem: Canva.

A temporada das provas de residência médica vêm se aproximando, e com isso, percebe-se dados significantes acerca das vagas: milhares delas ainda estão desocupadas. Você sabe por que isso ocorre? Entenda abaixo!

Vagas ociosas de residência médica

Segundo dados de maio de 2025 do Painel da Educação da Saúde, elaborado pelo Ministério da Educação, o Brasil conta com 75.471 vagas autorizadas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), mas apenas 54.402 estão preenchidas, gerando uma taxa de ociosidade de 27,92% – o que equivale a mais de 21 mil vagas sem profissionais, comprometendo a formação médica e o atendimento à população.

O cenário se torna ainda mais crítico em determinados estados, como Mato Grosso, com 40,73% das vagas ociosas, Espírito Santo (38,71%) e Paraná (35,17%). Essa distribuição desigual evidencia desafios estruturais e regionais no preenchimento das vagas, levantando questões importantes: quais são os motivos para que tantas vagas permaneçam desocupadas? Como a distribuição geográfica e as condições dos programas influenciam esse índice? E quais especialidades enfrentam as maiores dificuldades de ocupação? Essas questões tornam essencial a análise desse panorama para compreender os fatores envolvidos e buscar estratégias para enfrentar esse desafio.

Visão geral das vagas de residência médica no Brasil

De acordo com dados mais recentes, o Brasil ofertava 75.471 vagas autorizadas para residência médica em maio de 2025, divididas entre acesso direto, com pré-requisito, áreas de atuação e anos adicionais, incluindo R1, R2 e subsequentes.

  • 514 vagas (0,68%) estão em supervisão pela CNRM — situação chamada de diligência, quando há necessidade de modificação no programa;
  • 7.117 vagas (9,43%) encontram-se na condição de exigência, que indica necessidade de ajustes a serem realizados;
  • 123 vagas estão vencidas, ou seja, com o ato autorizativo expirado ou outra pendência impeditiva.

Assim, 75.471 vagas autorizadas pela CNRM, apenas 54.402 estão atualmente ocupadas, o que representa cerca de 72% do total. As demais 21.069 permanecem ociosas.

Diferença ocupação de vagas de residência 2024 e 2025

20242025
Vagas autorizadas70.608 75.471
Vagas ocupadas50.27054.402

E quais podem ser os motivos de ociosidade?

Existem diversos motivos, entre eles podemos destacar:

  • Localização Geográfica;
  • Baixa Atratividade de Algumas Especialidades;
  • Baixos Salários e Bolsa Incompatível com o Custo de Vida;
  • Mudança no Perfil dos Recém-Formados;
  • Calendário e Logística de Seleção;
  • Hiperinflação nas Vagas Autorizadas.

Especialidades com mais vagas ociosas

Entre as especialidades de acesso direto, algumas apresentam taxas de ociosidade bem acima da média nacional. Veja as 20 especialidades com maior percentual de vagas não ocupadas no país em 2025.

EspecialidadesVagas autorizadasVagas ocupadasVagas ociosasOciosidade
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial55154072,73%
Radioterapia34411722765,99%
Medicina do Tráfego145964,29%
Medicina Nuclear1696610360,95%
Medicina Preventiva e Social52223057,69%
Homeopatia30131756,67%
Acupuntura46222452,17%
Cirurgia Cardiovascular67433434050,45%
Medicina de Família e Comunidade66443702294244,28%
Medicina Intensiva29211722119941,05%
Medicina Física e Reabilitação1801097139,44%
Medicina de Emergência113168844339,17%
Medicina do Trabalho89573235,96%
Medicina Legal e Perícia Médica33221133,33%
Patologia45932013930,28%
Ortopedia e Traumatologia38882817107127,55%
Medicina Esportiva93682526,88%
Oftalmologia2071153853325,74%
Neurocirurgia86566719822,89%
Pediatria70365443159322,64%
Fonte: Painel da Educação da Saúde

Agora confira as 25 especialidades que registraram as maiores taxas de vagas não preenchidas em números absolutos e percentuais em 2025 de pré-requisito, áreas de atuação e anos adicionais.

EspecialidadesVagas autorizadasVagas ocupadasVagas ociosasOciosidade
Medicina de Família e Comunidade – Atenção Domiciliar10010100,00%
Medicina de Família e Comunidade – Saúde Indígena404100,00%
Transplante de Coração – Cirurgia Cardiovascular606100,00%
Transplante de Fígado – Cirurgia Pediátrica101100,00%
Transplante de Pulmão – Pneumologia101100,00%
Transplante de Rim – Pediatria606100,00%
Transplante – Pediatria707100,00%
Medicina Tropical505100,00%
Cirurgia Videolaparoscópica2031785,00%
Cirurgia Bariátrica3152683,87%
Cardiologia-Cardiointensivismo61583,33%
Medicina de Família e Comunidade – Gestão e Preceptoria57104782,46%
Cirurgia do Trauma69135681,16%
Emergência Pediátrica48103879,17%
Medicina de Família e Comunidade – Saúde Mental2351878,26%
Angiologia41375,00%
Transplante de Fígado – Cirurgia do Aparelho Digestivo1851372,22%
Medicina do Adolescente2061470,00%
Infectologia Pediátrica96296769,79%
Transplante de Fígado – Gastroenterologia31266,67%
Neurorradiologia2691765,38%
Endoscopia Respiratória2381565,22%
Ergometria2381565,22%
Neonatologia101635765964,86%
Hansenologia83562,50%
Fonte: Painel da Educação da Saúde

Especialidades com maior ocupação de vagas

Confira as 20 especialidades entre acesso direto, pré-requisito, áreas de atuação e anos adicionais que registraram os menores índices de ociosidade em 2025.

EspecialidadesVagas autorizadasVagas ocupadasVagas ociosasOciosidade
Atendimento ao Queimado8800,00%
Foniatria1100,00%
Nutrição Parenteral e Enteral1100,00%
Oftalmologia – Óculoplástica, Órbita e Vias Lacrimais2200,00%
Transplante de Pulmão – Cirurgia Torácica2200,00%
Medicina Fetal585446,90%
Reprodução Assistida232128,70%
Gastroenterologia401365368,98%
Endocrinologia e Metabologia488440489,84%
Geriatria4223794310,19%
Endoscopia Ginecológica5447712,96%
Cirurgia Plástica5704947613,33%
Neurologia Pediátrica1881622613,83%
Reumatologia3252804513,85%
Neurologia1190101117915,04%
Infectologia76263712516,40%
Clínica Médica84067007139916,64%
Cirurgia Geral5511457493717,00%
Dermatologia99981418518,52%
Genética Médica90731718,89%
Fonte: Painel da Educação da Saúde

Regiões e estados do Brasil com maior e menor índice de ociosidade

A taxa de ociosidade nas vagas de residência médica varia entre os estados, com alguns enfrentando percentuais significativamente mais altos de vagas não preenchidas.

Confira a seguir a proporção de vagas ofertadas para vagas ociosas em cada unidade da federação em 2025.

UFVagas autorizadasVagas ocupadasVagas ociosasOciosas
MT76645431240,73%
ES151492858638,71%
PR55073570193735,17%
RR111733834,23%
BA36812455122633,31%
AL83155727432,97%
SC2541171582632,51%
CE2455169576030,96%
AM66646020630,93%
AC1831275630,60%
MA59842017829,77%
TO3232309328,79%
SP2357216919665328,22%
MG80615920214126,56%
RS50423721132126,20%
GO1665124142425,47%
RJ76485730191825,08%
PE3282245982325,08%
PA105378926425,07%
RO2642026223,48%
PI4643679720,91%
MS82665517120,70%
RN58247910317,70%
SE4924078517,28%
DF2164181534916,13%
PB109994315614,19%
AP81711012,35%
TOTAL75471544022106927,92%

Analisando a distribuição das vagas de residência médica por região, é possível perceber que a ociosidade se mantém elevada em todo o país, com percentuais próximos entre as cinco regiões. Portanto, o Norte lidera a taxa de vagas ociosas, com 29,75% das vagas autorizadas sem ocupação em 2025, confira:

REGIÃOVAGAS AUTORIZADASVAGAS OCUPADASVAGAS OCIOSASOCIOSIDADE (%)
SUL43563345101123,21%
SUDESTE52053847135826,09%
NORTE1581611110470629,75%
NORDESTE2299216776621627,04%
CENTRO-OESTE2710219324777828,70%
Fonte: Painel da Educação da Saúde

E as vagas em instituições renomadas?

Também nota-se a ociosidade de vagas de residência médica entre as instituições mais renomadas do país. Confira a seguir dados referentes às instituições formadoras USP-SP, UFMG, UNICAMP, UNIFESP, UFPR e outras, destacando o número total de vagas autorizadas, ocupadas e o percentual de ociosidade registrado em 2025.

EspecialidadesVagas autorizadasVagas ocupadasVagas ociosasOciosidade
USP-SP2309182048921,18%
UFMG6145308413,68%
UNICAMP107576531028,84%
UNIFESP142212871359,49%
SCMSP91363228130,78%
UFPR527481468,73%
UFBA4243527216,98%
USP-RP1.13691322319,63%
HCPA70359311015,65%
Fonte: Painel da Educação da Saúde

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Leila Menzel
Leila Menzel
Estudante do 4° semestre de jornalismo, amo e escrevo poesias e viajo em livros de romances clichês.
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