Toxoplasmose na gestação: aprenda a avaliar e conduzir

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Representação visual de um feto humano em desenvolvimento, conectado pelo cordão umbilical em um ambiente uterino iluminado por tons quentes. A imagem destaca a formação fetal em um estágio avançado, simbolizando o milagre da vida e o processo da gestação. Um fundo nebuloso em vermelho e laranja complementa o foco no bebê, que surge em destaque com traços definidos e um brilho suave. Ideal para temas relacionados a gestação, saúde materna, desenvolvimento fetal e cuidados pré-natais.
Imagem: Canva.
Representação visual de um feto humano em desenvolvimento, conectado pelo cordão umbilical em um ambiente uterino iluminado por tons quentes. A imagem destaca a formação fetal em um estágio avançado, simbolizando o milagre da vida e o processo da gestação. Um fundo nebuloso em vermelho e laranja complementa o foco no bebê, que surge em destaque com traços definidos e um brilho suave. Ideal para temas relacionados a gestação, saúde materna, desenvolvimento fetal e cuidados pré-natais.
Imagem: Canva.

Nesse post vamos abordar sobre a avaliação da toxoplasmose na gestação, e como conduzir frente ao diagnóstico sorológico evidenciado.

Durante o pré-natal de uma paciente, os cuidados são redobrados em relação à proteção do binômio materno-fetal, principalmente quando tratamos de infecções que podem ser transmitidas por via placentária.

O que é a Toxoplasmose?

A toxoplasmose é uma infecção parasitária transmitida por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados, além do contato com fezes de gatos (oocistos ou esporozoítos) ou carne crua (bradizoítas).

Ciclo da Toxoplasmose

Ciclo de Transmissão da Toxoplasmose: diagrama ilustrando como os gatos desempenham papel fundamental na liberação de oocistos pelas fezes, contaminando solo, vegetais, água e animais de presas (roedores e pássaros). Humanos podem contrair toxoplasmose via alimentos mal higienizados, carne mal passada ou contato com solo contaminado. Mulheres grávidas ilustram o perigo da transmissão vertical (mãe para feto). A imagem destaca também o consumo de carne de animais infectados e órgãos com cistos teciduais como formas adicionais de contaminação.
Diagrama ilustrando o ciclo de transmissão da toxoplasmose. Os gatos são os principais disseminadores do parasita, liberando oocistos nas fezes, que contaminam solo, alimentos e outros animais. Humanos podem se infectar por ingestão de carne mal passada, alimentos mal higienizados, ou por transmissão vertical de mãe infectada para o feto. | Acervo de ilustrações do Grupo MedCof

Como diagnosticar a Toxoplasmose

O diagnóstico da toxoplasmose na gestação é baseado na avaliação das sorologias da toxoplasmose IgM e IgG, e só é fechado quando temos duas amostras positivas com um intervalo de no mínimo 2 semanas.

É importante entender o significado de cada resultado:

  • IgM Positivo: indica uma infecção aguda recente, já que o IgM começa a aparecer após 1 semana da infecção.
  • IgG Positivo: Isso sugere que a gestante teve exposição há no mínimo 2-4 semanas, e permanece positivo durante toda a vida.
    • Teste de avidez: verifica a intensidade da ligação (avidez) pelo antígeno, portanto:
      • Alta avidez: sugere infecção antiga, há cerca de ≥ 4 meses.
      • Baixa Avidez: sugere infecção recente

LEMBRE-SE: As recomendações do Ministério da Saúde recomendam solicitar as sorologias IgM e IgG nos exames do primeiro trimestre da gestação.

Conduta

A conduta após a avaliação sorológica depende do resultado:

  • Sorologias Negativas (IgG e IgM -): Não infectada – medidas preventivas + rastreio trimestral deve ser realizado.
    • Medidas Preventivas: evitar carnes mal cozidas, correta higienização de frutas e legumes, evitar contato com gatos, evitar contato sem proteção com terra.
  • IgG + / IgM – : Imune ou Infecção Crônica – Não há risco de reativação em gestantes imunocompetentes, logo, não necessita repetir exames.
  • IgG – / IgM +: Infecção muito recente ou Falso positivo – Iniciar Tratamento e repetir sorologias em 2-3 semanas.
    • **IgG +→ Infecção confirmada (**houve soroconversão) → Manter tratamento + Pré-Natal de alto risco;
    • **IgG – →Falso positivo (**independentemente de IgM) → Suspender tratamento + Seguimento habitual;
  • IgG + / IgM +: Infecção aguda ou crônica – Depende da IG.
    • IG < 16 semanas → Solicitar Teste de Avidez;
      • Alta (>60%) → Infecção pré-gestacional/crônica→ Não tratar!
      • Intermediária (30-60%) → Inconclusivo → Iniciar tratamento!
      • Baixa (<30%) → Infecção aguda→ Iniciar tratamento + Pré-natal de alto risco !
    • Se IG  >=16 semanas → Teste de avidez não ajuda a diferenciar! → Iniciar tratamento.
    • Realizar Amniocentese (padrão-ouro para diagnóstico fetal) após 18 semanas de IG ou no mínimo 4 semanas da provável infecção.

Tratamento da Toxoplasmose

  • Até 16° semana → Espiramicina 1000mg VO de 8/8h + PCR de Líquido Amniótico + USG mensal;
  • >16° semana → Pirimetamina 50mg VO 12/12 por 2 dias, seguido de Pirimetamina 25 mg VO 12/12h + Sulfadiazina 1g VO 6/6h + Ácido Folínico 15mg VO 1x/d + PCR de Líquido Amniótico  + USG mensal.

Avaliação do Feto : LA (Amniocentese) e/ou USG

  • LA (+) e/ou alteração na ecografia fetal compatível com infecção congênita→ Manter SD+P+AF até o parto.
  • LA (-) e ecografia fetal normal→ Avaliar idade gestacional e risco fetal ao considerar substituir SD/P/AF por espiramicina.
  • Nas infecções adquiridas no último trimestre→ Manter SD/P/AF até o parto;
  • Na ausência de Amniocentese → Manter SD/P/AF até o parto.

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