
Amenorreia é a ausência da menstruação em mulheres em idade fértil. Ela pode ser classificada como primária, quando a menstruação nunca ocorreu, ou secundária, quando há interrupção por três meses ou mais.
Entre as principais causas estão alterações hormonais, estresse, perda de peso excessiva, exercícios intensos ou condições como a síndrome dos ovários policísticos.
Tipos de Amenorreia
- Amenorreia primária
Ocorre quando a menstruação nunca se iniciou até os 15 ou 16 anos, mesmo com outros sinais da puberdade. Pode estar ligada a alterações genéticas, malformações ou problemas hormonais. - Amenorreia secundária
É a interrupção da menstruação por 3 meses ou mais em mulheres que já menstruavam regularmente. Pode ser causada por estresse, distúrbios alimentares, uso de anticoncepcionais, entre outros fatores. - Amenorreia fisiológica
É considerada normal em fases como gravidez, lactação, menopausa ou antes da puberdade. - Amenorreia patológica
Relacionada a condições médicas ou desequilíbrios hormonais que exigem investigação e tratamento.
A amenorreia é grave?
A amenorreia pode ser grave, dependendo da causa. Embora nem sempre represente risco imediato, ela pode indicar problemas hormonais, metabólicos ou ginecológicos que afetam a fertilidade, os ossos e a saúde geral. Por isso, é importante investigar e tratar adequadamente.
Quais são as causas da amenorreia?
- Causas fisiológicas: Interrupções naturais do ciclo menstrual, como a gravidez e lactação;
- Causas hormonais: Neste caso, existem alguns distúrbios causadores, como a Síndrome dos ovários policísticos (SOP), os Distúrbios da tireoide, a Hiperprolactinemia (Produção elevada de prolactina) e a Insuficiência ovariana precoce;
- Causas ginecológicas: aqui podemos citar as Malformações congênitas, Aderências uterinas (síndrome de Asherman) e a Menstruação criptomenorreica;
- Causas comportamentais: Exercício físico excessivo, distúrbios alimentares, estresse intenso e uso de medicamentos são alguns exemplos.
Quais são os sintomas da amenorreia?
Para saber se está com amenorreia, o principal sintoma é a ausência da menstruação, além disso, também é comum:
- Dores de cabeça intensas;
- Acne;
- Falta de lubrificação vaginal;
- Alterações na voz;
- Aumento do crescimento de pelos no corpo;
- Aumento dos seios;
- Cólicas periódicas sem sangramento.
Diagnóstico da amenorreia
O diagnóstico da amenorreia tem início com uma anamnese detalhada, que inclui um histórico da paciente com informações como:
- Sinais de desenvolvimento puberal;
- Histórico familiar;
- Uso de medicamentos;
- Mudança de peso;
- Atividade física;
- Estresse.
Além disso, também podem ser feitos exames físicos e complementares, que incluem a ultrassonografia pélvica e, em casos específicos, ressonância magnética do cérebro.
Exames para investigação
Como mencionado, a investigação para a amenorreia requer uma atenção mais específica e detalhada. Também pode ser necessário realizar um teste de gravidez (beta hCG) na paciente mesmo antes da menarca. Portanto, existem alguns exames laboratoriais mais comuns para ajudar a detectar a condição:
- Função tireoidiana: TSH e T4 livre para avaliar a tireoide, pois o hipotireoidismo pode causar amenorreia;
- Prolactina: Níveis elevados podem indicar hiperprolactinemia, que podem interferir no ciclo menstrual;
- Hormônios sexuais: FSH, LH, estradiol e testosterona para avaliar a função ovariana e a presença de síndromes como a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Qual é o tratamento para amenorreia?
O tratamento da amenorreia depende muito da causa. Veja:
- Amenorreia hipotalâmica funcional (devido a estresse, anorexia, exercício excessivo):
- Reposição nutricional, ganho de peso, redução do estresse e do exercício;
- Acompanhamento com equipe multidisciplinar (nutricionista, psicólogo, médico);
- Terapia hormonal suplementar (pílulas anticoncepcionais ou estradiol transdérmico + progesterona) para proteger o osso e endométrio, quando necessário.
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP):
- Perda de peso e prática regular de exercícios;
- Metformina se houver resistência insulínica;
Uso de pílula anticoncepcional para regular o ciclo e tratar sintomas androgênicos.
- Hiperprolactinemia (prolactinoma ou por medicamentos):
- Distúrbios da tireoide:
- Hipotireoidismo → reposição de levotiroxina;
- Hipertireoidismo → antitireoidianos, ablação ou cirurgia.
- Insuficiência ovariana primária (falência ovariana precoce):
- Terapia de reposição hormonal (estradiol transdérmico + progesterona) até idade normal da menopausa (50–51 anos).
Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso também depende da causa da condição:
- Terapia hormonal: reposição e regulação do ciclo
- Estrogênio + progestina: Indicados para restaurar o ciclo menstrual em casos de amenorreia secundária, principalmente quando há hipotrofia endometrial (atrofia da mucosa uterina).Importante para proteção do endométrio e manutenção da densidade óssea.
- Anticoncepcionais hormonais combinados: Uma alternativa prática para regularizar o ciclo, especialmente em quadros como SOP, amenorreia hipotalâmica ou pós-contracepção prolongada.
- Tratamento de condições hormonais associadas
- Disfunções tireoidianas: O ajuste dos níveis de TSH com levotiroxina (no hipotireoidismo) ou antitireoidianos (no hipertireoidismo) é frequentemente suficiente para restaurar a menstruação.
- Hiperprolactinemia: A normalização da prolactina com bromocriptina ou cabergolina promove a retomada do eixo HHO e melhora os ciclos ovulatórios.
- Indução da ovulação: para quem quer engravidar
- Gonadotrofinas (FSH e LH): Usadas em casos de amenorreia por disfunção hipofisária/hipotalâmica e anovulação crônica, estimulam diretamente o crescimento folicular e a ovulação.
- Análogos ou pulsos de GnRH: Estimulam a hipófise a secretar FSH e LH de forma fisiológica, sendo eficazes em amenorreia hipotalâmica funcional, principalmente em pacientes jovens com desejo reprodutivo.
- Outras abordagens terapêuticas
- Psicoterapia:Fundamental em casos de amenorreia psicogênica, associada a transtornos alimentares, estresse crônico ou eventos traumáticos.
- Cirurgia: Indicada para causas estruturais ou tumorais, como prolactinomas resistentes ao tratamento clínico ou síndrome de Asherman com aderências uterinas graves.
- Perda de peso: Em pacientes com obesidade associada à anovulação, a redução ponderal melhora a sensibilidade insulínica e favorece a retomada da função ovariana.
Abordagem cirúrgica
Embora a maioria dos casos de amenorreia seja manejada com tratamento clínico, há situações em que a abordagem cirúrgica se faz indispensável, especialmente quando existem obstruções anatômicas ou malformações congênitas que impedem o fluxo menstrual normal. Veja os casos em que são indicados a cirurgia:
- Hímen imperfurado: Condição congênita em que a membrana do hímen não apresenta orifício, impedindo a drenagem menstrual;
- Síndrome de Asherman: Formação de aderências intrauterinas após curetagens, infecções ou procedimentos intrauterinos;
- Anormalidades estruturais da vagina: Septo vaginal transverso, aplasia vaginal parcial ou fístulas podem bloquear o canal vaginal;
- Malformações congênitas do trato genital;
- Tumores ovarianos ou uterinos;
- Agenesia ou aplasia vaginal como Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser.
O que fazer quando se tem amenorreia?
- Procure avaliação médica
- Nunca ignore a ausência de menstruação por mais de 3 meses (em mulheres que já menstruavam) ou a ausência total até os 15 anos (se nunca menstruou).
- Agende consulta com ginecologista ou endocrinologista.
- Exames clínicos, laboratoriais (hormonais) e de imagem são fundamentais para o diagnóstico.
- Monitore sua saúde emocional
- Estresse crônico, ansiedade e distúrbios alimentares são causas comuns de amenorreia funcional.
- Busque apoio psicológico se houver:
- Relacionamento difícil com alimentação/corpo;
- Compulsão por exercícios;
- Oscilações emocionais frequentes.
- Mantenha hábitos saudáveis
- Alimentação equilibrada: evite dietas extremas; mantenha consumo adequado de calorias e nutrientes.;
- Exercício físico moderado: treinar em excesso pode “desligar” o eixo hormonal;
- Evite álcool, cigarro e uso recreativo de substâncias hormonais.
- Cuide da sua saúde óssea
- Amenorreia prolongada, especialmente quando há baixa de estrogênio, pode aumentar o risco de osteoporose;
- Converse com seu médico sobre a necessidade de:
- Reposição hormonal;
- Suplementação de cálcio e vitamina D;
- Densitometria óssea.
- Saiba quando buscar ajuda com urgência
Procure atendimento mais rápido se houver:
- Dor pélvica cíclica sem menstruação (pode indicar obstrução anatômica);
- Secreção mamária (galactorreia);
- Sintomas de tireoide (queda de cabelo, cansaço extremo, ganho/perda de peso inexplicada);
- Visão turva ou dor de cabeça intensa (podem sugerir tumor hipofisário).
- Mantenha o diálogo com o médico
- Registre seus ciclos menstruais, sintomas e mudanças de humor;
- Informe qualquer uso de medicamentos ou anabolizantes;
Discuta seus objetivos reprodutivos (desejo ou não de engravidar) — isso ajuda a guiar o tratamento ideal.
Complicações da amenorreia
- Osteoporose e perda de massa óssea
- A falta de estrogênio (hipoestrogenismo) compromete a absorção de cálcio e o metabolismo ósseo.
- Aumenta o risco de osteopenia e osteoporose precoce, especialmente em mulheres jovens.
- Maior propensão a fraturas, principalmente em quadril, vértebras e punho.
- Infertilidade
- A amenorreia indica ausência de ovulação (anovulação), o que impede a concepção.
- Comum em causas como síndrome dos ovários policísticos, insuficiência ovariana prematura e amenorreia hipotalâmica funcional.
- Algumas condições são reversíveis com tratamento, mas o atraso no diagnóstico pode dificultar a fertilidade futura.
- Alterações cognitivas e de humor
- O estrogênio tem papel neuroprotetor e atua no equilíbrio do humor.
- A deficiência hormonal pode causar:
- Depressão
- Ansiedade
- Dificuldade de concentração
- Labilidade emocional
- Risco cardiovascular aumentado
- O estrogênio exerce efeito protetor nos vasos sanguíneos.
- Sua deficiência pode contribuir para:
- Aumento do colesterol LDL
- Redução do HDL
- Maior risco de doença cardiovascular precoce em mulheres jovens com amenorreia prolongada.
- Regressão do endométrio (hipotrofia)
- A ausência de estímulo estrogênico leva ao afinamento do endométrio.
- Pode dificultar a implantação embrionária em tentativas de gravidez futura.
- Atrofia vaginal
- A mucosa vaginal pode ficar seca, fina e frágil.
- Causa desconforto, dor nas relações sexuais (dispareunia) e maior risco de infecções vaginais e urinárias.
- Comprometimento do desenvolvimento puberal (em amenorreia primária)
- Quando a menarca é ausente por distúrbios hormonais ou genéticos, pode haver:
- Desenvolvimento incompleto das mamas e genitais
- Baixa estatura final (em casos de síndrome de Turner)
- Impacto na saúde reprodutiva e óssea a longo prazo
- Impacto na autoestima e qualidade de vida
- A ausência da menstruação, especialmente em adolescentes e mulheres jovens, pode gerar:
- Sensação de “anormalidade”
- Isolamento social
- Angústia relacionada à fertilidade e imagem corporal
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