Dia Internacional da Mulher e o cuidado com sua saúde

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Além do potencial reprodutivo do corpo feminino, as mulheres são ícones de trabalho árduo, conhecimento científico, beleza, relações sociais bem articuladas e muitas outras habilidades. No Brasil, temos uma população feminina que supera a masculina em cerca de 6 milhões, de acordo com o Censo Demográfico de 2022, mostrando a importância de proporcionar saúde completa a essa parcela da população. A Saúde da Mulher envolve o cuidado integral das mulheres em todas as fases da vida, o que inclui prevenção, promoção, tratamento e recuperação da saúde atendendo às necessidades específicas de cada mulher e respeitando suas diversidades. Por isso, dois dos contextos mais importantes de se destacar quando falamos de saúde feminina é a violência sexual e a saúde mental.

(Imagem: Pinterest)

Violência Sexual 

Ela é definida como uma emergência que requer atendimento em até 72 horas, para que consigamos garantir a eficácia das medidas contraceptivas e profiláticas. A violência contra a mulher é definida como qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause dano, sofrimento físico, psicológico ou sexual, tanto em esferas públicas quanto privadas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 1 em cada 3 mulheres no mundo sofre violência física ou sexual.

O atendimento inicial envolve várias etapas: acolhimento, notificação, anamnese, exame físico, coleta de vestígios, exames complementares, profilaxias, contracepção de emergência e seguimento ambulatorial. 

A ética, nesses casos, é fundamental, garantindo privacidade, confidencialidade e sigilo. O atendimento deve ser multiprofissional, com a participação de enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Não é obrigatório o boletim de ocorrência para o atendimento médico, mas o psicólogo e o assistente social podem orientar a vítima sobre a importância de fazê-lo.

A notificação compulsória de casos suspeitos ou confirmados deve ser imediata (em até 24 horas) à Secretaria Municipal de Saúde. A anamnese deve ser detalhada, ouvindo a paciente e transmitindo segurança, com atenção aos detalhes da violência. O exame físico completo deve registrar todas as lesões, com autorização e explicação ao paciente sobre os procedimentos. A coleta de vestígios deve ser realizada dentro de 72 horas após a agressão, com a assinatura do termo de autorização para utilização do material biológico.

(Imagem: Pinterest)

Os exames complementares incluem conteúdo vaginal (exame bacterioscópico e cultura para gonococo e PCR para Chlamydia) e exames de sangue (anti-HIV, hepatite B e C, sífilis, ß-HCG, hemograma, ureia, creatinina, TGO, TGP, glicose, bilirrubinas). O seguimento laboratorial é crucial, com exames repetidos em 2 semanas, 6 semanas, 3 meses e 6 meses.

Saúde Mental 

De acordo com dados do Caminhos em Saúde Mental, uma a cada cinco mulheres apresenta algum transtorno mental comum (TMC), como depressão e ansiedade. Ainda mais, podemos destacar dessa pesquisa, o número de mulheres com depressão é, em média, mais que o dobro de homens diagnosticados. Essa realidade se dá, principalmente, devido a demandas sociais relativas ao perfil feminino, já que ser mulher se relaciona com perspectivas biológicas, papéis e comportamentos em sociedade (como o de mãe, trabalhadora do lar e que atende aos padrões de beleza). 

Nesse caso, os psiquiatras e psicólogos são profissionais primordiais para nos auxiliar no processo de saúde desses pacientes. Além disso, promover saúde por meio de ações educacionais que ensinem as mulheres a evitar, quando possível, as situações que abalam sua saúde mental é fundamental para qualquer médico.

De forma ainda mais específica, podemos abordar a saúde da mulher durante a gestação, que pode sinalizar um alerta de saúde em razão da capacidade de interferir também na vida do bebê. Devido a isso, o reconhecimento e tratamento adequado durante a gestação e pós-parto são de extrema importância .  

O blues puerperal, comum no pós-parto, é caracterizado por sintomas depressivos leves que melhoram em 10-14 dias. Ademais, a depressão pós-parto, um episódio depressivo maior, requer psicoterapia e ISRS. Por fim, a psicose puerperal é uma emergência médica que exige internação.

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