
Os distúrbios hipertensivos durante a gestação representam uma das comorbidades mais abordadas nas provas de residência, dada a sua estreita relação com o aumento da mortalidade materno-fetal global.
Por que estudar os distúrbios hipertensivos na gestação?
Como os valores normais de pressão arterial têm sido bastante discutidos na atualidade, reconhecer as nuances entre Hipertensão Crônica e Pré-Eclâmpsia na gestação podem contribuir para um diagnóstico precoce e estratégias de prevenção mais eficazes apesar das mudanças sofridas nos conceitos.
Contudo, estudos destacam a elevação nos desfechos adversos maternos em mulheres com distúrbios hipertensivos na gestação. Diante desse cenário preocupante, a aplicação da regra dos 4 P torna-se imperativa:
- Puerpério Seguro;
- Prevenção;
- Precocidade no Diagnóstico;
- Parto Oportuno.
Fisiopatologia da Pré-Eclâmspia
O desafio no diagnóstico reside na diferenciação entre hipertensão crônica não diagnosticada e pré-eclâmpsia. Compreender a fisiopatologia é crucial.
A pré-eclâmpsia está associada ao defeito na segunda onda de invasão trofoblástica, a qual ocorre entre a 20ª e 22ª semanas de gestação, precipitando uma maior expressão de fatores antiangiogênicos, estresse oxidativo e disfunção endotelial sistêmica, culminando nos sinais e sintomas característicos.

Como diagnosticar a hipertensão crônica?
O diagnóstico da hipertensão crônica na gestação ocorre por história de hipertensão prévia, ou observação de PAs ≥ 140 mmHg e/ou PAd ≥ 90 mmHg em 2 ocasiões antes das 20 semanas.
Por outro lado, classicamente, o diagnóstico de pré-eclâmpsia pode ser dado quando há hipertensão com proteinúria e/ou edema sistêmico após 20 semanas de gestação em gestante previamente normotensa (embora, atualmente, outros critérios também possam ser incluídos nesse diagnóstico).
Entretanto, quando a gestante é vista pela primeira vez após a 20ª semana de gestação, ou seja, sem acompanhamento prévio, o diagnóstico diferencial torna-se mais difícil. Entretanto, existem algumas informações que podem auxiliar a diferenciar, com pode ser visto abaixo:
Pré-Eclâmpsia | Hipertensão Crônica | |
Idade | Extremos | >35 |
Paridade | Primagesta | Multigesta |
Início de hipertensão | >20 semanas | Pode ser observada < 20 semanas |
Hipertensão no pós-parto | Melhora nas primeiras 6 semanas | Persiste após o parto e puerpério |
Fundoscopia | Edema na retina/Espasmo arteriolar | Alterações crônicas ateroscleróticas |
Proteinúria | Aumentada | Pode ser mínima ou aumentada |
Ácido Úrico | > 4,5mg/dL | Normal |
Calciúria | < 100mg/24h | > 100 mg/24h |
Diferenciar a hipertensão crônica da pré-eclâmpsia demanda uma análise criteriosa. Ao considerar sinais, sintomas e avaliações específicas, é possível orientar estratégias preventivas e terapêuticas mais direcionadas, contribuindo para uma gestação mais saudável.
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