
O estreptococo do grupo B (EGB) é um diplococo gram-positivo, beta-hemolítico, que tem como reservatório, em humanos, o trato gastrointestinal e o trato genito-urinário.
Por que realizar rastreio de EGB?
A colonização por EGB pode ser transitória, intermitente ou crônica. Estudos mostram que ele está presente em 14 a 28% das gestantes. Essa infecção está associada a um maior risco de complicações maternas e neonatais. A complicação de maior relevância, devido a sua gravidade, é a sepse neonatal precoce, tendo em vista que a maioria dos casos de sepse neonatal tem início precoce e se deve à transmissão vertical dessa bactéria, ocorrendo na primeira semana de vida . As complicações maternas mais frequentes são bacteriúria assintomática, infecção urinária e pielonefrite.
Estima-se (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira) que entre 35-69% dos recém-nascidos expostos ao GBS se colonizam, e, destes 1-2% desenvolvem a infecção. Desses 20% evoluem para óbito e 15-30% permanecem com sequelas neurológicas.
Qual o melhor momento para realizar a profilaxia?
Feito o diagnóstico no período pré natal, a profilaxia para a erradicação de EGB em gestantes colonizadas deve ser realizada intraparto. A única exceção é apenas em caso de RPMO (ruptura prematura das membranas ovulares).
Estudos (The American College of Obstetricians and Gynecologists) têm mostrado que o uso de antibióticos, durante a gestação, não previne infecção neonatal. Além disso, grande parte das gestantes tratadas acaba recolonizada no momento do parto. Por isso é fundamental lembrar: não existe benefício em se tratar gestante colonizada antes do parto.
Dessa forma, devemos realizar o uso adequado de antimicrobiano no intraparto ou no período de latência do trabalho de parto prematuro.
Quando indicar a profilaxia?
Preconiza-se o rastreamento universal, através de cultura vaginal e retal, entre 36 semanas e 0 dias 37 semanas e 6 dias de gestação. Em casos de cultura positiva para EGB, deve-se realizar profilaxia durante o trabalho de parto e parto.
Em pacientes que não realizaram o rastreio, podemos indicar a profilaxia para pacientes que apresentam os principais fatores de risco:
- Prematuridade (parto com < 37 semanas).
- Rotura prematura de membranas ovulares há mais de 18 horas.
- Febre durante o trabalho de parto.
- Filho anterior infectado por EGB.
Qual antibiótico devemos usar na profilaxia?
Penicilina G cristalina 5.000.000UI EV ataque + 2.500.000 UI EV 4/4h até o nascimento.
- ALTERNATIVAS:
- Ampicilina 2g EV ataque + 1g EV 8/8h até o nascimento.
– Se baixo risco de anafilaxia:
- Cefazolina 2g EV ataque + 1g EV 8/8h até o nascimento.
– Se alto risco de anafilaxia, angioedema, urticária e desconforto respiratório:
- -Clindamicina 900mg EV 8/8h até o nascimento.
- Eritromicina 500mg EV 6/6h até o nascimento.
– Se EGB resistente à clindamicina ou eritromicina:
- Vancomicina 1g EV 12/12h até o nascimento.
Quando não devemos realizar profilaxia?
NÃO é recomendada a profilaxia se:
- Cultura negativa foi realizada em < 5 semanas.
- Cesárea eletiva (sem trabalho de parto ou amniorrexe prematura) → independentemente doresultado da cultura.
- Cultura positiva em gestação anterior e negativa na gestação atual.
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