Brasil elimina transmissão vertical de HIV

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Foto: Walterson Rosa/MS.

O país eliminou transmissão da doença de mãe para filho, além de alcançar a menor taxa de mortalidade dos últimos anos

Foto: Walterson Rosa/MS.

O novo boletim epidemiológico sobre HIV e aids no país foi divulgado em 1° de dezembro de 2025 em meio ao evento do Dia Mundial de Luta contra a Aids. O documento trouxe dados importantes sobre mortalidade, incidência e trasmissão materno-infantil. Veja a seguir!

Eliminação da transmissão vertical do HIV

Oficialmente, o Brasil alcançou a eliminação da transmissão vertical do HIV, mantendo uma taxa abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos, atendendo integralmente aos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os indicadores do componente materno-infantil:

  • Diminuição de 54% no início tardio da profilaxia neonatal;
  • Queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil);
  • Redução de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil).

Outros dados significativos foram a superação de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes vivendo com o vírus. Esses resultados transparecem que o país impediu a infecção de bebês durante a gestação, parto ou amamentação.

Além disso, o Brasil se aproxima da meta global 95-95-95:

  • 95% de pessoas vivendo com HIV conhecem o seu diagnóstico;
  • 95% delas estejam em tratamento;
  • 95% das tratadas alcancem supressão viral.

Até o momento, duas das três metas já foram alcançadas.

Redução na mortalidade por aids

Outro aspecto importante é o registro da queda de 13% nos óbitos por aids entre 2023 e 2024, representando mil vidas poupadas. Além disso, os casos de aids também apresentaram uma leve redução de 1,5%, passando de 37,5 mil (2023) para 36,9 mil (2024).

Novos medicamentos para PrEP

O ministro da saúde, Alexandre Padilha, reforçou a prioridade de ampliar o acesso a novas tecnologias de prevenção. Ele mencionou a demanda pela incorporação de medicamentos de longa duração ao SUS, como o lenacapavir, da Gilead, que ainda está pendente de registro sanitário no Brasil.

O medicamento, que é aplicado a cada seis meses, representa uma nova geração de PrEP injetável e de longa duração, com estudos garantindo uma alta eficácia na prevenção da infecção.

Estratégias de Prevenção Combinada

Entre 2023 e 2024, o número de usuários da PrEP cresceu cerca de 150%. De acordo com o governo, essa expansão fortaleceu a testagem, aumentou a detecção precoce e contribuiu para a redução de novas infecções.

Assim, a estratégia brasileira de Prevenção Combinada, anteriormente focada apenas no uso de preservativos, hoje incorpora a PrEP e a PEP, ampliando o leque de ferramentas para redução do risco de infecção.

Linha do tempo: Brasil reduz casos de transmissão vertical do HIV e busca certificação internacional

Certificação Internacional da Opas

No dia 03 de junho de 2025, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entregou à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) o relatório com dados sobre a redução da transmissão vertical do HIV. 

A entrega ocorreu no XV Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Transmissíveis (SBDST), XI Congresso Brasileiro de Aids e VI Congresso Latino-Americano de IST/HIV/Aids, que ocorreu no Rio de Janeiro. 

Desse modo, o Brasil manifesta a certificação internacional de eliminação da transmissão vertical do HIV, afirmando que o país é o maior do mundo a ter alcançado a eliminação da transmissão vertical do HIV:

“Essa conquista também é fruto do trabalho incansável de profissionais da saúde, estados, municípios e da reconstrução do SUS, liderada hoje com firmeza pelo presidente Lula e pela ex-ministra Nísia Trindade”, disse Padilha.”

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