
Neste post, trouxemos tópicos importante para você relembrar e estudar a sífilis para as provas de residência médica!
Sífilis Congênita
A sífilis congênita é adquirida principalmente através da transmissão transplacentária.
Para uma gestante ser considerada adequadamente tratada para sífilis, deve obedecer os seguintes critérios:
- Administração de benzilpenicilina benzatina
- Início do tratamento até 30 dias antes do parto;
- Tratamento finalizado antes do parto;
- Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da infecção;
- Respeito ao intervalo recomendado entre as doses.
- Avaliação quanto ao risco de reinfecção.
- Documentação de queda do título do teste não treponêmico em pelo menos duas diluições em três meses, ou de quatro diluições em seis meses após a conclusão do tratamento (resposta imunológica adequada).
Classificação da sífilis congênita
- RECENTE ou PRECOCE: Descoberta até o 2º ano de vida.
- TARDIA: Descoberta após o 2º ano de vida.
Clínica
Na sífilis congênita precoce, pode ocorrer prematuridade e baixo peso ao nascer. Além de hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, osteíte, lesões cutâneas, rinite serossanguinolenta, sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, hidropsia e fissura peribucial.
Já na sífilis tardia, podemos encontrar, após o segundo ano de vida, tíbia em “lâmina de sabre”, fronte olímpica, nariz “em sela”, surdez neurológica e dificuldades de aprendizado. Além disso, podem ocorrer alterações dentárias como os dentes de Hutchinson, molares em “amora”.
Diagnóstico
O diagnóstico da sífilis congênita segue os padrões da sífilis adquirida.
Tratamento Sífilis Congênita
- Crianças com sífilis comprovada: Penicilina cristalina 50.000UI/kg IM 12/12h por 7 dias. Do 8º dia em diante, é feita a cada 8h até o 10º dia OU Penicilina procaína 50.000UI/kg 1x/dia por 10 dias;
- Filhos de mães não tratadas ou tratadas incorretamente: Penicilina benzatina 50.000UI/kg dose única.

Sífilis adquirida
A sífilis é uma infecção bacteriana de evolução crônica, com períodos de latência e agudização, causada pelo Treponema pallidum. A transmissão ocorre por via sexual, transplacentária e através de transfusão de sangue contaminado (rara nos dias atuais). A transmissão por via sexual ocorre através de contato direto com lesões e fluidos genitais.
- LEMBRE-SE: O T. pallidum é capaz de penetrar tecidos íntegros. Portanto, a transmissão não depende de lesões prévias!
- LEMBRE-SE: Sífilis é uma doença de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA se na gestação ou congênita!
Classificação
- Sífilis recente (< 1 ano de evolução).
- Primária — lesão única em paciente que nunca teve lesão antes.
- Secundária — lesões palmoplantares em paciente com lesão primária anterior.
- Latente precoce ou recente — exame confirmatório até 1 ano após a lesão inicial + ausência de lesões atuais.
- Sífilis tardia (> 1 ano de evolução).
- Latente tardia — exame confirmatório após > 1 ano da lesão primária.
- Terciária — infecção de SNC.
- Sífilis congênita.
Clínica
- SÍFILIS PRIMÁRIA — Presença de lesão única ulcerada (cancro duro) em ponto de inoculação da bactéria. Costuma ter fundo limpo, bordas infiltradas duras e ser indolor ou pouco doloroso. O tempo de incubação costuma ser de 10 a 21 dias. Em alguns casos, pode-se localizar extragenitalmente, em região anal, retal, oral e mamária. Geralmente é acompanhada de linfonodomegalia satélite. Tende a cura espontânea, mesmo sem tratamentos, e não costumam deixar cicatrizes.
LEMBRE-SE: Por ser, em sua grande maioria, indolor, o cancro duro pode passar despercebido. Por isso, diante de uma linfonodomegalia inguinal o diagnóstico deve sempre ser investigado.
- SÍFILIS SECUNDÁRIA — Aparece após 4 a 8 semanas do surgimento da lesão primária. É a reação dos tecidos a presença do treponema disseminado por via linfática e hematogênica. Os sintomas principais são: lesões maculares eritematosas, ovaladas ou arredondadas, isoladas e/ou confluentes, levemente descamativas, lesões em mucosa, alopecia “em clareira”, micropoliadenopatia generalizada, artralgia, cefaleia, febre baixa e adinamia. Em cerca de 2% dos casos, podem ocorrer lesões viscerais de caráter transitório.
LEMBRE-SE: Lesões em regiões palmoplantares são muito sugestivas de diagnóstico de sífilis secundária.
- Alopecia “em clareira”: mais evidente em couro cabeludo e nas porções distais das sobrancelhas.
- SÍFILIS LATENTE — Ausência de quadro clínico sugestivo, sendo que o diagnóstico é feito através de testes sorológicos.
- SÍFILIS TERCIÁRIA — Considerada rara, é caracterizada por lesões nodulares, nódulos ulcerados e gomas que podem surgir na pele, mucosas, ossos e órgãos internos. Pode ocorrer sífilis cardiovascular e até neurossífilis. As lesões da sífilis terciária, historicamente, correspondem a granulomas.
LEMBRE-SE: A sífilis terciária pode ocorrer em qualquer momento após o contágio inicial.

Diagnóstico – Provas Sorológicas
- Testes não treponêmicos — mensuram anticorpos dos tipos IgG e IgM.
- Teste rápido — realizado em até 15 minutos com objetivo de triar os pacientes. Pode ser usado como diagnóstico em cenários de emergência.
- VDRL — torna-se positivo a partir de 2 semanas da lesão primária. Títulos costumam diminuir após o 1º ano de infecção. É usado para seguimento e controle de cura.
LEMBRE-SE: Em tratamento correto, o VDRL costuma diminuir para 1/4 dos valores iniciais em até 6 meses. A maioria negativa com 9 a 12 meses. Porém, podem permanecer títulos baixos por um longo período ou até toda a vida.
- Testes treponêmicos — utilizam imunofluorescência, ex: FT-ABS e ELISA.
LEMBRE-SE: Os testes treponêmicos são altamente específicos. Porém, não servem para acompanhamento do tratamento, pois os anticorpos treponêmicos costumam demorar um tempo maior no soro e reduzem lentamente com o tratamento.
Lembra de anotar as dicas e ficar ligado nos próximos posts sobre IST!
Tratamento
CLASSIFICAÇÃO | TRATAMENTO | ALTERNATIVA |
Sífilis primária, secundária ou latente recente | Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI IM dose única. | Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 15 dias OU Ceftriaxona 1g EV ou IM 1x/dia por 8 a 10 dias. |
Sífilis tardia, latente tardia ou terciária | Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI IM semanal durante 3 semanas. | Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 30 dias OU Ceftriaxona 1g EV ou IM 1x/dia por 8 a 10 dias. |
Neurossífilis | Penicilina cristalina 18 a 24 milhões UI/dia EV — adm doses de 3-4 milhões UI a cada 4 horas ou em infusão contínua por 14 dias. | Ceftriaxona 2g EV ou IM 1x/dia por 10 a 14 dias. |
DICA PRÁTICA: Lembre-se que devem ser aplicados 1,2 milhão UI em cada glúteo!
LEMBRE-SE: Doxiciclina é CONTRAINDICADA para gestantes. Em casos de alergia à penicilina na gestação, devemos realizar dessensibilização para que o tratamento seja considerado adequado!
Acompanhamento
Para o controle da eficácia do tratamento, devemos utilizar a titulação de VDRL. REGRA BÁSICA: os títulos não devem aumentar. Títulos 2x acima do valor inicial podem indicar reinfecção ou falha no tratamento e necessidade de reiniciar o tratamento.
LEMBRE-SE: O FTA-ABS pode permanecer positivo por toda a vida, mas a sua persistência não indica necessariamente atividade da doença.. Portanto, não deve ser usado para avaliar eficácia de tratamento.
Já se sente preparado para conduzir um caso de sífilis? Lembra de anotar as dicas e ficar ligado nos próximos posts sobre IST.
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