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Entenda o que pode estar por trás dos casos de morte súbita entre os jovens

Imagem: Canva.

Nas últimas semanas houve relatos na mídia de casos de morte súbita entre os mais jovens. Mas o que está realmente por trás desses incidentes? Vamos analisar as causas mais comuns e o que precisa ser feito para diagnosticá-las a tempo. 

Por que jovens perdem a vida por morte súbita?

No mês anterior, um caso espantou a população em geral: uma jovem de 22 anos faleceu em uma academia no Rio de Janeiro. Amigos e família de Daiane de Jesus relataram que ela não sofria de problemas cardíacos.

A dúvida que alarma é o motivo de casos como estes estarem tão presentes em nossa realidade já que, de acordo com especialistas, esses acontecimentos são extremamente raros e geralmente causados por doenças genéticas que afetam o coração. 

O que pode causar a morte súbita?

Especialistas da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) afirmam que a cardiomiopatia hipertrófica (que leva ao espessamento do músculo cardíaco) é a doença mais comum de morte súbita entre os jovens.  

A doença, que é genética e hereditária, muitas vezes pode causar arritmias cardíacas, irregularidades no batimento do coração que podem envolver tanto uma aceleração ou uma frequência mais lenta que, quando graves, levam à morte. 

Além da cardiomiopatia hipertrófica, outras condições genéticas, como a síndrome de Brugada e a displasia arritmogênica do ventrículo direito, também estão associadas à morte súbita. Essas condições afetam o sistema elétrico do coração, facilitando o desenvolvimento de arritmias perigosas que podem surgir repentinamente.

Sintomas e diagnóstico

Em muitos desses casos, a falta de sintomas prévios torna o diagnóstico muito desafiador. É comum que o jovem não tenha nenhum sinal ou queixas, o que dificulta a identificação precoce dessas doenças. No entanto, é importante destacar que, em muitos casos, exames como o ecocardiograma e o eletrocardiograma podem detectar anomalias antes de um evento grave.

Embora muitos desses distúrbios genéticos não apresentem sintomas visíveis, um histórico familiar de doenças cardíacas ou morte súbita precoce deve sempre ser investigado com mais profundidade. A realização de um eletrocardiograma em jovens com histórico familiar relevante, pode ser um passo crucial para detectar arritmias ou outras anomalias cardíacas.

É importante destacar que o infarto do miocárdio não é uma causa comum de morte súbita em jovens, especialmente quando comparado às doenças genéticas como a cardiomiopatia hipertrófica. Isso ocorre porque o infarto geralmente está relacionado a fatores como aterosclerose e doenças vasculares, condições que tendem a se manifestar com mais frequência em adultos, especialmente em pessoas com histórico de hipertensão, diabetes, tabagismo ou colesterol elevado. Nos jovens, a aterosclerose ainda não está suficientemente avançada para causar obstruções significativas nas artérias coronárias.

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Julia Tormin
Julia Tormin
Coordenadora de Cardiologia do MedCof, formada pela Universidade de São Paulo.
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