Dia Mundial da Pré-Eclâmpsia

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O dia 22 de maio foi estabelecido como o Dia Mundial de Prevenção da Pré-Eclâmpsia. Saiba as principais informações sobre a doença.
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O dia 22 de maio foi estabelecido como o Dia Mundial de Prevenção da Pré-Eclâmpsia. Pensando nisso, a Dra. Nicole Kemberly, preparou um texto especial sobre a importância do conhecimento da doença.

Despertando a Consciência: 22 de Maio, Dia da Prevenção da Pré-eclâmpsia

Imagine uma condição que afeta a saúde da mãe e do bebê durante a gravidez, colocando em risco a vida de ambos. Imagine ainda que, por conta desta condição, 9 mulheres morrem no mundo a cada hora e cerca de 20% dos bebês nascem prematuros. Assustador, não é mesmo? Estamos falando da doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), ou pré-eclâmpsia.

O que são as Síndromes Hipertensivas na gestação?

As síndromes hipertensivas na gestação são condições médicas caracterizadas por pressão arterial elevada durante a gravidez. Elas incluem: Hipertensão Gestacional; Pré-eclâmpsia; Eclâmpsia; Hipertensão Crônica; Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica. Entenda melhor aqui.

Pré-Eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão arterial após a 20a semana de gravidez, em gestante previamente com pressão normal. Para esse diagnóstico, além da elevação pressórica, precisamos de outros critérios (perda de proteína na urina, edema, alterações laboratoriais), que variam entre os diferentes protocolos. Sendo assim, pode assumir desde formas leves, até formas mais graves.

O que causa pré-eclâmpsia?

A causa exata da pré-eclâmpsia permanece desconhecida. Entretanto, temos uma ideia de como ela surge, que é a partir da placenta.

A placenta é um órgão extremamente vascularizado, funcionando como uma “central de abastecimento” para o bebê em crescimento, permitindo trocas entre a mãe e o feto. Desse modo, este órgão possui projeções conhecidas como vilosidades coriônicas.

Eles são como pequenos “dedinhos” que se projetam da placenta para dentro do útero, permitindo que a mãe e o bebê se conectem. Esses “dedinhos” são compostos por vasos sanguíneos que permitem a troca de substâncias entre o sangue da mãe e o do bebê, garantindo que tudo o que o bebê precisa seja fornecido, enquanto os resíduos sejam eliminados. Portanto, defeitos nesta invasão das vilosidades coriônicas no útero, levam à liberação de fatores e a um estado de inflamação vascular, com repercussão em diferentes órgãos.

Os fatores que definem a pré-eclâmpsia são cruciais! 

PA ≥ 140/90 mmHg após 20 semanas + Proteinúria significativa (PTU 24h > 300mg, relação proteína/creatinina urinária > 0,3mg/dL, ou PTU fita 1+ ou mais) E/OU comprometimento sistêmico/disfunção de órgão-alvo.

A disfunção de órgão-alvo inclui:

  • Trombocitopenia (< 100.000)
  • Disfunção hepática (TGO/TGP elevadas)
  • Insuficiência renal (Creatinina elevada)
  • Edema pulmonar
  • Iminência de eclâmpsia
  • Eclâmpsia
  • Restrição de Crescimento Fetal (RCF)
  • Alteração Dopplervelocimetria

É importante notar que RCF e alteração de dopplervelocimetria não são unanimidade como critérios de disfunção de órgão-alvo em todas as diretrizes.

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Como classificar a Pré-Eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia pode ser classificada quanto à idade gestacional

  1. Precoce (<34 semanas);
  2. Tardia (≥ 34 semanas);
  3.  Pré-termo (<37 semanas);
  4.  Pós-termo (≥ 37 semanas);
  5. Pré-eclâmpsia sobreposta (em paciente com HAC).

Como manejar a Pré-Eclâmpsia?

O manejo varia significativamente dependendo da presença de sinais de gravidade e da idade gestacional.

  • Pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade

É sugerido internação inicial para excluir gravidade. O acompanhamento ambulatorial é possível se a paciente for informada, tiver acesso ao hospital, auxílio em casa, aferição domiciliar de PA e retorno semanal. Recomenda-se redução de atividade física, dieta habitual (restrição de sal se necessário) e NÃO repouso absoluto.

  •  Exames como Hemograma, DHL, BT, Creatinina, TGO e Ácido úrico são importantes. O parto é indicado com 37 semanas via obstétrica.
  • Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade

A conduta é mais complexa e frequentemente exige internação contínua.

  • Idade gestacional inviável (24-26 semanas) 

Conduta individualizada.

  • Viabilidade até 34 semanas

Devemos tentar prolongar a gestação se a clínica estiver estável, controle pressórico eficaz, exames laboratoriais adequados e vitalidade fetal preservada. Realizar ciclo de corticoide para maturação pulmonar fetal.

  • 34 até 37 semanas

 Considerar prolongar até 37 semanas se as mesmas condições de estabilidade materno-fetal forem mantidas.

  • Interrupção da gestação (independentemente da idade gestacional)

Embora trágica, essa conduta é a indicada em casos de Síndrome HELLP, Eclâmpsia, EAP/descompensação cardíaca, piora laboratorial, IRA, DPP, hipertensão refratária com 3 drogas ou alteração na vitalidade fetal.

Em geral, a via de parto preferencial é a vaginal (via obstétrica), pois a cesárea aumenta riscos em pacientes que podem ter disfunção de órgãos como insuficiência renal ou plaquetopenia.

Prevenção da Pré-Eclâmpsia

Finalmente partindo para o motivo de conscientização mundial, podemos aplicar uma  prevenção focada em evitar formas graves e precoces, por meio de AAS 100 mg 1x/dia e Cálcio 1-2 g/dia, iniciados entre 12-16 semanas, para gestantes com 1 fator de alto).

Classificação de Risco da gestante. Fonte: Acervo de ilustrações do Grupo Medcof. 

A predição pode ser auxiliada por fatores angiogênicos como PLGF e antiangiogênicos como sFLT-1. Uma relação sFLT-1/PLGF ≤ 38 tem alto valor preditivo negativo para exclusão do diagnóstico na próxima semana

Aumento do número de casos nos dias frios?

E o que dizer sobre o aparente aumento do número de casos de pré-eclâmpsia nos dias frios? Em dias com a temperatura mais baixa, os vasos sanguíneos se contraem (vasoconstrição) de modo a conservar o calor do corpo. Como a pré eclâmpsia é uma doença hipertensiva, o diagnóstico pode ser mais recorrente em dias com a temperatura mais baixa, mas isso não significa necessariamente que o frio seja a causa do problema. Sendo assim, a influência na gravidade da doença se deve por fatores maternos e específicos da gestação.

Dia Mundial da Pré-Eclâmpsia

Ademais, é importante garantir à gestante toda a assistência pré-natal adequada para avaliação de seus fatores de risco e uso adequado das medicações antihipertensivas, de modo a evitar a evolução para formas mais graves. O momento do parto depende das condições clínicas e laboratoriais maternas, da idade gestacional e da vitalidade fetal.

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