A pneumonia é uma inflamação nos alvéolos pulmonares que pode ser causada por bactérias, fungos, vírus, substâncias aspiradas ou agentes químicos.
Representa um dos principais motivos de internação no Brasil, especialmente entre idosos e crianças. Neste artigo, você confere os principais tipos de pneumonia, como identificá-los, quais exames solicitar e qual é o tratamento inicial indicado para cada caso.

Pneumonia Bacteriana
A pneumonia bacteriana é a forma mais comum da doença e costuma ter início súbito. Os principais agentes incluem:
- Streptococcus pneumoniae;
- Haemophilus influenzae;
- Staphylococcus aureus.
Quadro clínico: febre alta, tosse produtiva com expectoração purulenta, dor torácica e taquipneia.
Conduta inicial: antibiótico empírico baseado em gravidade e perfil do paciente. Amoxicilina-clavulanato e ceftriaxona são escolhas frequentes.
Pneumonia Viral
Mais comum em crianças e em surtos sazonais, a pneumonia viral pode ser causada por:
- Vírus Influenza;
- Vírus Sincicial Respiratório;
- SARS-CoV-2.
Quadro clínico: febre, mialgia, tosse seca, dispnéia progressiva. Pode evoluir para coinfecção bacteriana.
Conduta inicial: suporte clínico, hidratação, antipiréticos. Em alguns casos, uso de antivirais como oseltamivir.
Pneumonia Fúngica
Mais frequente em pacientes imunossuprimidos, a pneumonia fúngica tem evolução lenta. Agentes principais:
- Histoplasma capsulatum;
- Aspergillus spp.;
- Pneumocystis jirovecii.
Quadro clínico: febre persistente, tosse seca, perda de peso, hipoxemia.
Conduta inicial: antifúngicos específicos como anfotericina B, voriconazol ou sulfametoxazol-trimetoprima.
Pneumonia Aspirativa
Acontece quando o paciente aspira conteúdo gástrico ou orofaríngeo. Grupos de risco:
- Idosos;
- Pacientes com alteração de consciência;
- Doenças neurológicas.
Agentes típicos: anaeróbios da cavidade oral.
Quadro clínico: febre, tosse, expectoração fétida, infiltrado em lobos inferiores.
Conduta inicial: antibióticos para anaeróbios.
Pneumonia Química
Decorre da inalação de substâncias tóxicas, como gás cloro ou fumaça.
Quadro clínico: início abrupto de dispneia, dor torácica, tosse seca ou produtiva com sinais inflamatórios intensos.
Conduta inicial: suporte ventilatório, corticoterapia em alguns casos, evitar antibióticos se não houver infecção secundária.
Pneumonia Hospitalar
Também chamada de nosocomial, ocorre após 48 horas de internação hospitalar.
Agentes principais:
- Pseudomonas aeruginosa;
- Acinetobacter baumannii;
- Staphylococcus aureus.
Quadro clínico: febre, secreção purulenta, infiltrado novo em imagem e piora da oxigenação.
Conduta inicial: antibioticoterapia de amplo espectro baseada em protocolos locais e cultura.
Pneumonia Comunitária
Adquirida fora do ambiente hospitalar. Pode ser causada por:
- S. pneumoniae;
- Mycoplasma pneumoniae;
- H. influenzae.
Quadro clínico: febre, tosse, dispneia, dor torácica.
Conduta inicial: antibiótico oral empírico como amoxicilina ou azitromicina, dependendo da gravidade.
Pneumonia Bilateral
Acomete ambos os pulmões e costuma estar associada a quadros virais ou casos graves.
Quadro clínico: hipoxemia intensa, infiltrados difusos, maior risco de evolução para insuficiência respiratória.
Conduta inicial: suporte ventilatório precoce, oxigenoterapia, antibióticos ou antivirais conforme etiologia.
Pneumonia Atípica
Apresenta sintomas mais leves e progressivos. Agentes:
- Mycoplasma pneumoniae;
- Chlamydophila pneumoniae;
- Legionella pneumophila.
Quadro clínico: febre baixa, tosse seca, cefaléia, sintomas extrapulmonares.
Conduta inicial: macrolídeos como azitromicina ou doxiciclina.
Pneumonia Silenciosa
Mais comum em idosos e imunossuprimidos, apresenta sinais clínicos discretos ou ausentes.
Quadro clínico: confusão mental, hipoxemia sem febre evidente, astenia.
Conduta inicial: avaliação clínica minuciosa, exames de imagem e início precoce de antibiótico.
Critérios de gravidade e quando internar
A decisão de internação deve considerar critérios clínicos e escores validados, como:
- CURB-65
- C: Confusão mental
- U: Ureia > 50 mg/dL
- R: FR ≥ 30
- B: PAS < 90 ou PAD ≤ 60 mmHg
- 65: Idade ≥ 65 anos
- PSI (Pneumonia Severity Index): classifica o risco em 5 níveis.
Outros sinais de gravidade:
- Hipoxemia (SatO2 < 92%);
- Instabilidade hemodinâmica;
- Comprometimento multilobar;
- Comorbidades descompensadas.
Abordagem diagnóstica na prática
O diagnóstico da pneumonia é clínico, complementado por exames laboratoriais e de imagem:
- Clínica: anamnese + exame físico;
- Imagem:
- Radiografia de tórax (primeira escolha);
- Tomografia de tórax (casos complexos).
- Microbiologia:
- Escarro com Gram e cultura;
- Hemocultura.
- Gasometria arterial: avaliação de oxigenação.
- Marcadores laboratoriais:
- PCR e procalcitonina.
Conduta terapêutica inicial
O tratamento deve ser iniciado o quanto antes, mesmo antes da confirmação etiológica:
- Antibiótico empírico adequado ao tipo de pneumonia;
- Oxigenoterapia em casos de dessaturação;
- Hidratação venosa para estabilização;
- Suporte ventilatório em casos graves;
- Monitoramento clínico e laboratorial.
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