Sangramentos na gestação: parte 2

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descolamento prematuro de placenta, descolamento da placenta, placenta grau 2, placenta grau 1, placenta grau 3

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Sangramentos na gestação: parte 2: Voltando a comentar sobre uma das grandes áreas cobradas nas provas de residência, vamos dar continuidade ao estudo dos sangramentos na gestação, bem como os descolamentos de placenta. Dessa vez, vamos falar dos sangramentos da 2ª metade da gestação.

Leia a seguir

Sangramentos na gestação: parte 2

Sendo assim, diante de um sangramento após 20 semanas de gestação, devemos sempre pensar em: descolamento prematuro de placenta, placenta prévia e roturas.

Descolamento prematuro da placenta (DPP)

Sempre pensamos em DPP quando estamos diante de um sangramento com > 20 semanas + hipertonia uterina. Esse descolamento precoce diminui a oxigenação e nutrição fetal e é uma situação irreversível e progressiva. Desse modo, geralmente, quando envolve > 50% da placenta termina em óbito fetal. Além disso, o risco aumento de acordo com a área de descolamento e quanto menor for a idade gestacional (IG).

Causas

TRAUMÁTICAS INTERNAS NÃO TRAUMÁTICAS
Brevidade de cordão Síndromes hipertensivas
Versão fetal externa Placenta circunvalada
Retração uterina intensa Tabagismo e etilismo
Miomatose uterina Anemia e má nutrição
Hipertensão de veia cava inferior por compressão uterina Corioamnionite
Traumatismo abdominal RPMO
  Trombofilias

Clínica

  • Dor abdominal ou lombar *persiste entre as contrações.
  • Sangramento vaginal.
  • Hipertonia uterina.

⚠️ LEMBRE-SE: o sangramento pode estar ausente em 20% dos casos = sangramento retroplacentário.

Classificação

GRAU 0 GRAU I GRAU II GRAU III *
Assintomático Leve Intermediário Grave
Diagnóstico retrospectivo pelo histopatológico da placenta Sangramento discreto + dor ausente Sangramento moderado + hipertonia uterina + dor Sangramento importante + hipertonia uterina + dor
  Vitalidade fetal preservada Taquicardia materna Hipotensão materna
    Sofrimento fetal Óbito fetal

📖 * DPP GRAU III pode ser dividida em: GRAU IIIA = SEM coagulopatia instalada GRAU IIIB = COM coagulopatia instalada.

Conduta

Assim, diante de uma DPP, devemos prosseguir com as manobras iniciais para ressuscitação:

  • Verificar se vias aéreas estão pérvias, checar respiração e circulação.
  • Garantir 2 acessos venosos calibrosos e iniciar hidratação EV.

Ademais, devemos garantir monitorização fetal.

🧪 EXAMES PARA SOLICITAR:

  • Hemograma completo
  • Tipagem sanguínea ABO e Rh
  • Coagulograma
  • Rotina de pré-eclâmpsia

Dessa forma, exames de imagem podem ser úteis para localizar a placenta e afastar placenta prévia mas são pouco úteis no diagnóstico.

FETO VIVO FETO MORTO
Parto iminente = vaginal Parto iminente e feto baixo = vaginal
Ausência de trabalho de parto = cesárea Parto não iminente e feto alto = cesárea

Placenta prévia (PP)

Desse modo, chamamos de PP a implantação de qualquer parte da placenta no segmento inferior do útero com > 28 semanas. O diagnóstico só é feito após esse período, pois até lá a placenta pode migrar.

 

A placenta busca se implantar nos locais mais vascularizados do útero, a implantação em um local anômalo geralmente resulta de uma decidualização pobre do útero e pode ser causada por hipóxia relativa, relacionada ao tabagismo.

Tipos de Implantação Placentária

TÓPICA HETEROTÓPICA ECTÓPICA
Normal Local anômalo Fora do útero
Segmento corporal Angular ou cornual  
  Baixa  
  Cervical  

Classificação

COMPLETA PARCIAL MARGINAL BAIXA OU LATERAL
Recobre totalmente o orifício interno do colo Recobre parcialmente o OI do colo Tangencia a borda do OI, sem ultrapassar Não alcança o OI

Clínica

⚠️ Sangramento na 2ª metade da gestação, vivo, indolor + início e cessar súbito + sem outros sintomas.

Conduta

A USG é a melhor forma de diagnóstico. Sendo assim, o parto vaginal é permitido se a borda placentária estiver a uma distância > 2 cm do OI do colo, ou seja, nos casos de PP marginal ou baixa. Portanto, uma margem < 4 cm do OI prenuncia hemorragia expressiva no pós-parto.

🧪 EXAMES PARA SOLICITAR:

  • Hb e HT
  • Tipagem sanguínea ABO e Rh
  • Coagulograma

A melhor conduta é definida de acordo com a intensidade do sangramento e a condição da mãe. Em prematuros, se não houver sangramento, devemos expectar, orientar não manter relações sexuais e considerar o uso de corticoide para maturação pulmonar fetal. Nos casos a termo, a interrupção é recomendada e a via de parto varia de acordo com a inserção.

Aprendeu a diferenciar DPP e PP? Abaixo temos uma tabela que pode te ajudar. Não esquece de tirar print para guardar. Bons estudos!

  PP
início insidioso + gravidade progressiva
hemorragia visível, de repetição, indolor
dor ausente
sangue vivo
anemia proporcional à perda de sangue
SF ausente ou tardio
hipertonia ausente
hipertensão rara
amniotomia diminui hemorragia (compressão placentária pelo polo fetal)
metrossístole aumenta a hemorragia
USG confirma dg

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